CLASSE JUVENIS - O QUE É A IGREJA.

EXTRÁIDO DO LIVRO COMENTÁRIO APLICAÇÃO PESSOAL.

 16.13,14 Enquanto Jesus e os discípulos caminhavam em direção à cidade, Jesus perguntou aos seus discípulos o que dizia o povo a respeito da sua identidade: "Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?" Os discípulos responderam a pergunta de Jesus com a visão comum de que Jesus era um dos grandes profetas que tinha retornado à vida. Esta crença pode ser originária de Deuteronômio 18.18, onde Deus disse que levantaria um profeta entre o povo. Herodes tinha pensado que Jesus era João Batista ressuscitado (14.1,2); talvez este rumor tenha sido amplamente disseminado. O povo pensava que Jesus era Elias porque Elias tinha sido um grande profeta, e esperava-se que alguém como ele aparecesse antes da vinda do Messias (veja MI 4.5). Jeremias pode ter sido considerado porque, de acordo com a tradição judaica, ele era "imortal" (a sua morte não é mencionada nas Escrituras) - assim, como Elias, ele não teria morrido, mas teria sido trasladado aos céus.

16.15,16 O povo pode ter tido várias opiniões e ideias a respeito da identidade de Jesus, mas Jesus estava preocupado com o que os seus doze escolhidos pensavam a seu respeito. Assim, o
Senhor lhes perguntou: "E vós, quem dizeis que eu sou?" Pedro, que frequentemente falava quando os demais ficavam em silêncio, declarou o que havia entendido: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Na sua declaração, Pedro proclamou Jesus como sendo o Rei e o Libertador prometido. Este é o âmago da mensagem do Evangelho.
Os discípulos, entretanto, ainda precisavam de maior discernimento. Embora certamente tivesse passado pelas suas mentes que Jesus pudesse ser o Messias, eles ainda precisavam aprender a respeito do seu próprio papel como agentes do Messias prometido, e a função que tinham no Seu reino. Eles ainda não tinham compreendido completamente o tipo de rei que Jesus seria. Pedro (e na realidade toda a nação de Israel) esperava que o Messias fosse um conquistador-libertador que libertaria a nação do domínio de Roma. Jesus seria um libertador de um tipo completamente diferente, porque Ele derrotaria o pecado e a morte, e libertaria o povo do poder do pecado.

16.17 Todos os discípulos podiam ter tido uma compreensão parcial e variada a respeito de quem era Jesus, mas o Senhor destacou a profundidade da confissão de fé de Pedro. Desta forma, Jesus o chamou de bem-aventurado, querendo dizer especialmente favorecido pela graciosa aprovação de Deus.
Pedro é retratado como o foco da revelação divina. Nenhum ser humano (versão NTLH) revelou a Pedro a verdade que ele tinha acabado de proferir (16.16); antes, o Pai de Jesus, do céu, o havia revelado a Pedro. Então, como agora, a verdadeira compreensão de quem é Jesus, e a capacidade de confessar este fato, não surge da nossa natureza ou da vontade humana, mas somente de Deus.

16.18 O nome Pedro já tinha sido dado a Simão quando Jesus o encontrou pela primeira vez 0o 1.42). Aqui Jesus deu ao nome um novo significado. Jesus disse: "Tu és Pedro lpetros em grego] e sobre esta pedra lpetra em grego] edificarei a minha igreja". Embora seja evidente o jogo de palavras, a que se refere esta pedra? A "pedrà' sobre a qual Jesus edificará a sua igreja foi identificada de quatro maneiras principais:

5 O próprio Senhor Jesus, como o arquiteto divino da nossa fé, e Ele mesmo como a pedra fundamental. Mas alguns pensam que esta verdade não parece ser o que se quer dizer aqui. Eles entendem que o foco estava em Pedro.
6 Pedro, como o supremo líder, ou primeiro "bispo" da igreja, uma versão incentivada por estudiosos católicos romanos. Esta versão autoridade à hierarquia da sua igreja e considera Pedro e cada um de seus sucessores como o supremo pontífice da igreja. Não menção a sucessão nestes versículos, entretanto, e embora a igreja primitiva expressasse grande consideração por Pedro, não há evidências de que eles o considerassem como a autoridade mais elevada.
7  A confissão de fé que Pedro fez, e que todos os verdadeiros crentes subsequentes também fazem. Esta visão foi apresentada por Lutero e pelos reformadores como uma reação à segunda visão, expressa acima.
4. Pedro como o líder dos discípulos. Da mesma maneira como Pedro revelou a verdadeira identidade de Cristo, o Senhor também revelou a identidade e o papel de Pedro. Embora a sucessão apostólica não possa ser encontrada neste contexto, nem nas epístolas, o papel de Pedro como um líder e porta-voz da igreja não deve ser desconsiderado. Pedro recebeu a revelação do discernimento e da fé a respeito da identidade de Cristo, e foi o primeiro a confessar a Cristo.

Embora a palavra "igrejà' (ekklesia), nos Evangelhos, só seja encontrada no texto de Mateus, o conceito é encontrado nos quatro Evangelhos. As palavras de Jesus revelam que haveria um período definido entre a sua morte e a sua segunda vinda, chamado de "era da igreja'. "Igreja' significa "o povo escolhido de Deus". A autoridade individual de Pedro ficou clara no Livro de Atos, quando ele se tornou o porta-voz dos discípulos e da comunidade cristã. Mais tarde, Pedro lembrou os cristãos de que eles eram a igreja construída sobre o alicerce dos apóstolos e profetas, tendo Jesus Cristo como a pedra fundamental (1 Pedro 2.4-8; veja também 1 Coríntios 3.11). Todos os crentes estão unidos nesta igreja pela fé em Jesus Cristo como Salvador; a mesma fé que Pedro expressou aqui (veja também Efésios 2.20,21; Ap 21.14). Os verdadeiros crentes, como Pedro, consideram a sua fé como uma revelação de Deus, e estão dispostos a confessá-la publicamente. Jesus elogiou Pedro pela sua confissão de fé. Uma fé Como a de Pedro é a base do reino de Cristo.
As portas do inferno representam Satanás e seus seguidores. Estas palavras podem ser interpretadas como o poder de Satanás na ofensiva contra a igreja. Cristo promete que Satanás não irá derrotar a igreja; ao contrário, a esfera de operações do nosso adversário é que será derrotada. Com estas palavras, Jesus fez a promessa da indestrutibilidade da igreja, e da proteção de todos aqueles que creem  nele , e se tornam parte da sua igreja.

16.19 O significado deste versículo tem sido motivo de debates durante séculos. Alguns dizem que as chaves do Reino dos céus representam a autoridade para executar a disciplina, a legislação e a administração da igreja (18.15-18); outros opinam que as chaves dão a autoridade de anunciar o perdão dos pecados Jo 20.23). É mais provável que as "chaves" sejam a autoridade do reino conferida à igreja, incluindo a oportunidade de trazer as pessoas ao reino dos céus apresentando-lhes a mensagem da salvação encontrada na Palavra de Deus (At 15.7-9). Também existem as chaves que proíbem (ligam) e que permitem (desligam) (18.18-20). Pedro tinha ouvido a respeito da fundação de um edifício que Cristo iria construir, e então recebeu as chaves desse edifício. As "chaves" não sugerem que ele fosse um "porteiro" que controlasse quem entraria no edifício; em lugar disto, elas retratam um "servo", que administraria o edifício.
Terra. e céu não se referem ao campo espacial, mas sim à autoridade divina, celestial, por trás das ações terrenas dos discípulos. "Ligar" e "desligar" eram um conceito rabínico que poderia ter dois significados: o de estabelecer regras ou o de punir. Os discípulos estariam envolvidos, em certo grau de legislatura, na construção da comunidade de Deus (tal como a determinação de qual tipo de conduta seria digna por pane de seus membros), e teriam autoridade para disciplinar outros membros da comunidade. Assim, as palavras também se referem à inspiração dos discípulos como proclamadores da nova revelação de Deus.
Os líderes religiosos pensavam que tinham as chaves do reino, e tentavam excluir algumas pessoas. Não cabe a nós a decisão de abrir ou fechar o reino dos céus aos outros, mas Deus nos usa para ajudar os outros a encontrarem o caminho para entrarem no reino. As portas do reino estão completamente abertas a todos aqueles que creem em Cristo, e obedecem a Sua Palavra.

16.20 Jesus mandou que os seus discípulos a ninguém dissessem que ele era o Cristo porque, a esta altura, eles não compreendiam plenamente o significado da confissão de Pedro. Todos ainda esperavam que o Messias viesse como um rei conquistador. Mas, embora Jesus fosse o Messias, Ele ainda tinha que sofrer, ser rejeitado pelos líderes, ser morto e ressuscitar dos mortos. Quando os discípulos vissem tudo isto acontecendo com Jesus, eles entenderiam o que o Messias tinha vindo fazer aqui. Somente então eles estariam capacitados para transmitir o Evangelho ao redor do mundo.


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