JÕAO 20.19-29.EXTRAÍDO DO COMENTARIO
APLICAÇÃO PESSOAL.
20.19
Os discípulos estavam ainda perplexos e aparentemente tinham se reunido naquela noite atrás de portas cerradas. Provavelmente, estavam
discutindo a visão de anjos, narrada pelas mulheres, o que Pedro e João tinham
visto no sepulcro e a afirmação assombrosa de Maria de que tinha visto Jesus.
Em algum momento do dia, Jesus tinha aparecido a Pedro (Lc 24.34), e as mulheres tinham transmitido as palavras dos anjos de que os
discípulos deveriam ir à Galiléia para encontrar a Jesus ali (Mt 28.7). Mas por
alguma razão, eles não foram: ao contrário, ficaram em Jerusalém, com medo
dos judeus. De repente, chegou Jesus, e pôs-se no meio deles. Jesus
podia fazer isto porque a sua ressurreição e subsequente glorificação tinham
alterado a forma do seu corpo. Nesta nova forma espiritual, Ele conseguia
transcender todas as barreiras físicas. Ele fez a saudação padrão hebraica: "Paz
seja convosco!", mas aqui esta saudação estava repleta de um
significado mais profundo (veja 14.27; 16.33). Jesus repetiria estas palavras
no versículo 21.
20.20
Devido à aparição súbita e
miraculosa de Jesus entre eles, os discípulos a princípio pensaram que Ele era
um fantasma (Lc 24.37).
Jesus precisava convencê-los de que Ele, inclusive
com o seu corpo físico, possível de ser tocado, estava presente no meio deles,
e por isto mostrou lhes as mãos e o lado. Quando eles perceberam quem Ele era, exultaram. Jesus tinha
dito: "a vossa tristeza se converterá em alegria" (16.20) quando me
virem novamente. Realmente, eles se alegraram.
20.21-23
Jesus lhes deu a sua paz e então lhes deu a comissão de
serem seus representantes, assim como Ele tinha sido o representante do Pai
(veja 17.18). Jesus novamente se identificou com o Pai. Ele disse aos
discípulos de quem era a autoridade com que Ele realizara a sua tarefa. Então
Ele encarregou os discípulos de transmitirem a mensagem do Evangelho por todo o
mundo. Eles foram enviados com a autoridade de Deus para pregar, ensinar e
reali7,ar milagres (veja Mateus 28.16-20; Lucas 24.47-49) - basicamente, para
continuar por todo o mundo aquilo que Jesus tinha iniciado na Palestina. Seja o
que for que Deus lhe pediu para fazer, lembre-se: (1) a sua autoridade vem de Deus, e (2)
Jesus demonstrou com palavras e atos como realizar a tarefa que Ele lhe deu. Da
mesma forma como o Pai enviou o seu Filho, Jesus envia os seus seguidores... e
você. A sua resposta é identificar, dia após dia, aqueles
a quem o Pai lhe envia.
20.24,25 Quando os discípulos disseram a Tomé que
Jesus tinha aparecido a eles, ele não acreditou. Tomé insistiu que queria ver o
Jesus que tinha sido crucificado. Ele queria uma prova material - ver e
tocar as cicatrizes dos cravos nas mãos de Jesus, e por a sua mão no
seu lado. Algumas vezes, as pessoas enfatizam exageradamente o aspecto de
incredulidade do caráter de Tomé. Em 11.16, João revela Tomé como sendo
determinado e comprometido, embora tendendo a ser pessimista. E Mateus destaca
(Mt 28.17) que todos os discípulos compartilharam do ceticismo de Tomé. Era
parte de seu caráter expressar, com palavras, os sentimentos do grupo. A
maioria dos outros discípulos (com a exceção de João - 20.8) não acreditou até
que viu Cristo face a face.
20.26-28 Depois de oito dias, Tomé teve a sua oportunidade.
Desta vez, ele estava presente quando Jesus apareceu. Os discípulos ainda
estavam a portas cerradas quando Jesus apareceu entre eles como tinha feito
antes e fez a mesma saudação: "Paz seja convosco!" Mas desta
vez, Ele falou diretamente a Tomé, conhecendo de maneira sobrenatural a dúvida
de Tomé e aquilo de que ele precisava para se convencer. Jesus lhe disse que
pusesse o seu dedo e visse as suas mãos e o seu lado. O corpo
ressuscitado de Jesus era exclusivo. Ele não mais estava sujeito às mesmas leis
da natureza, como antes da sua morte. Ele podia aparecer numa sala fechada; mas
Ele não era um fantasma nem uma aparição, porque podia ser tocado e seus
ferimentos ainda eram visíveis.
Quando
viu Jesus, o "incrédulo" Tomé se tornou o Tomé crente. A sua resposta
ecoa pelos séculos como a resposta de muitos incrédulos que finalmente vêem a
verdade: "Senhor meu, e Deus meu!" Esta afirmação clara da
divindade de Jesus fornece uma boa conclusão para o Evangelho de João, que
afirma continuamente a divindade de Jesus (veja 1.1,18; 8.58; 10.30).
20.29 Embora
Tomé proclamasse que Jesus era seu Senhor e seu Deus, Jesus o repreendeu porque
ele tinha tido que ver antes de crer. Bem-aventurados são os que não
viram e ainda assim, creram. Algumas pessoas pensam que poderiam
crer em Jesus se pudessem ver um sinal definido ou um milagre. Mas Jesus diz
que somos bem-aventurados se pudermos crer sem nada ver. Nós temos todas as
provas de que precisamos nas palavras da Bíblia Sagrada, e no testemunho de
outros crentes.
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