“Quando
alguém diz que não há esperança para uma situação ou uma pessoa, está batendo a
porta no rosto de Deus. ”
—
Charles L. Allen
O
sofrimento humano é um grande mistério, uma vez que a Bíblia diz que Deus é
amor e que Ele é o Todo Poderoso. Assim, uma doença incurável, a morte
repentina de um ente querido, uma traição, perdas materiais, muitas vezes não
se explicam racionalmente, e podem suscitar dúvidas e questionamentos sobre o
agir de Deus. Isso aconteceu com Jó, um dos homens mais notáveis que o mundo já
viu. Sua trajetória, sua dor, sua fé e, é claro, seus dilemas, falam muito alto
sobre o que pode acontecer com um justo.
Jó
foi extraordinariamente rico e irrepreensivelmente religioso.
Possuía
um padrão moral tão elevado, que foi o próprio Deus quem deu testemunho sobre
isso (Jó 1.8). Entretanto, quando Jó perdeu seus filhos, todo o seu patrimônio
e sua saúde. Ele chegou a amaldiçoar o dia do seu nascimento e sobrevieram-lhe
muitos dilemas (Jó 3).
Está
escrito: “Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes
comigo.” (Jó 10.2). Aqui, o patriarca atribuiu suas condições e suas perdas ao
próprio Deus, que, supostamente, o perseguia.
Ao
que tudo indicava, para ele, Deus não o amava mais. E tratava-lhe com
injustiça. Foram momentos terríveis e angustiantes. A fé de Jó foi fortemente
provada. E para piorar a situação, Deus, durante toda a prova, mantinha-se
calado. As perguntas mais intrigantes da existência, que questionavam a bondade
e justiça de Deus, perturbavam o cambaleante Jó.
Tal
circunstância é bastante comum, também em nossos dias. Há algum tempo,
conversei com uma mulher que, em lágrimas, confessou que antes servia ao
Senhor, mas se afastou de seus caminhos depois que seu filho foi brutalmente
assassinado. Ela culpou a Deus pelo ocorrido.
Seus
dilemas pessoais lhe levarem para longe do seu Criador. Jó, entretanto, mesmo
cheio de dilemas, por não entender os motivos que o levaram a perder
absolutamente tudo que era importante na vida, continuou crendo e servindo a
Deus. Mesmo estando em profunda dor, ele disse: “Eu sei que o meu Redentor
vive, e por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25).
No
fim da prova, Deus quebrou o silêncio e resolveu todos os dilemas de Jó, que
reconheceu o efeito benéfico da tribulação: “Eu te conhecia só de ouvir, mas
agora os meus olhos veem” (Jó 42.5, ARA).
O
patriarca da paciência, mesmo sem compreender, aceitou a vontade de Deus e tudo
foi solucionado maravilhosamente, no tempo e modo do Senhor. Ele viu, no fim,
que Deus é digno de confiança, pois seu caráter apresenta-se maravilhosamente
bom e graciosamente justo.
Em
Jó 42.12 está escrito que “abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que
o primeiro...” Deus não ficou devendo nada a Jó, como não fica devendo nada a
ninguém. Se alguém é fiel a Ele, ainda que “se envelheça na terra a sua raiz, e
o seu tronco morra no pó, ao cheiro das águas brotará, e dará ramos...” (Jó
14.8, 9). A história de Jó é concluída assim: “E, depois disto, viveu Jó cento
e quarenta anos; e viu a seus filhos e aos filhos de seus filhos, até à quarta
geração. Então, morreu Jó, velho e farto de dias” (Jó 42.16,17).
Os
dilemas não surgem para destruir a fé do cristão. Eles surgem para
fortalecê-la! Se houver paciência, como a que Jó teve, o Senhor transformará as
perguntas que mais inquietam a alma em trampolins para grandes revelações, a
fim de que se chegue à compreensão de qual seja a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus. E, com isso, a vida poderá seguir em frente, sem sobressaltos.
E sem depressão!
I.
A Dor Invisível sem Fim
Conceito
Depressão
não é tristeza, angústia, mas a perda do prazer e da alegria de viver. E uma
profunda “dor do coração” que “abate o espírito” (Pv 15.13). Não é algo que
aconteça durante algumas horas do dia ou com duração de um dia ou dois.
Traduz-se, portanto, em uma dor invisível sem fim, sem limite.
De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão não deve ser
entendida como meras mudanças de humor. Porque esse distúrbio consolida-se por
um sentimento de tristeza duradouro, com a duração de pelo menos quinze dias,
que impede a pessoa de levar uma vida normal. A depressão é fruto da interação de
fatores sociais, psicológicos e biológicos e, nos casos mais graves, pode levar
o indivíduo a pensar em suicídio.
Segundo
o Dr. Paul Eskin, entretanto, a depressão pode conduzir ao suicídio, e, também,
ao parassuicídio, que é a tendência de chamar a atenção das pessoas para os
seus sofrimentos por meio de ações desesperadas (como consumir remédios
exageradamente ou cortar os pulsos). Nesses casos, a pessoa depressiva é
impulsionada pela raiva ou frustração, geralmente ao presenciar brigas e
desavenças familiares, constituindo-se, na maioria das vezes, “num meio de
dominação e de controle interpessoal”.
0
doutor Eskin acredita que a ideia de dar cabo à própria existência faz parte da
psicologia humana, e que existem poucas pessoas felizes e realizadas a ponto de
nunca terem pensado em suicídio alguma vez na vida.
Características
a)
Sofrimento moral
A
pessoa perde a consideração pela sua própria vida. A autoestima entra em
trajetória descendente, não existindo forças para reagir.
Segundo
a OMS, a depressão tem se transformado, na verdade, em um problema de saúde
mundial, já que entre 11% e 15% da população mundial está suscetível a ser
atingido pela doença, sendo que as mulheres se mostraram duas vezes mais
propensas a terem depressão do que os homens.
Essa
desconsideração pessoal profunda e duradoura atinge milhões de pessoas
atualmente, o que se apresenta bastante grave, mas isso não é novo. O profeta
Elias, ao ser ameaçado pela rainha Jezabel (1 Rs 19.1-3), viu-se em grande
sofrimento moral. Essa dor foi claramente demonstrada a Deus, de maneira
repetida (1 Rs 19.10,14). A baixa autoestima do profeta pode ser vista na
argumentação lamuriosa de que “não era melhor do que seus pais” (1 Rs 19.4).
Observe-se que Elias da fraqueza não tirou forças, mas entendeu que sua vida
valia pouquíssimo, típico quadro depressivo.
b)
Perda progressiva do prazer pelas coisas
De
acordo com a OMS, para a ocorrência do diagnóstico da depressão também é
preciso que a pessoa, dentre outras coisas, apresente perda de interesse ou
prazer pelas ‘atividades cotidianas, pouca energia e pouca concentração. Esse
desinteresse pelas coisas boas da vida demonstra um perigoso caso psicológico.
O
Dr. Paul Eskin pergunta: “Qual o maior erro da pessoa deprimida?”
E
ele mesmo responde: “Abandonar-se”.4 Sem dúvida, quando o indivíduo entrega-se
ao descaso, deixando de lutar pela vida, abandonando tudo o que lhe interessa e
concede-lhe prazer, então é preciso buscar ajuda. A alegria de viver não pode
ser perdida, como aconteceu com o profeta Elias, o qual se deitou debaixo de um
zimbro e pediu a Deus para morrer (1 Rs 19.4, 5).
O
profeta tinha perdido a alegria, a esperança e o entusiasmo pela vida, como
também desistira de seu ministério, pois se via sozinho e desamparado,
caracterizado pelo gesto de cobrir o rosto com a capa (1 Rs 19.13).
O
professor Morrie Schwartz contou ao seu biógrafo que:
—
Estar morrendo é apenas uma circunstância triste, Mitch. Viver infeliz é
diferente. Muitas das pessoas que me visitam são infelizes.
—
Por quê?
—
Porque a cultura que temos não contribui para que as pessoas se sintam felizes
com elas mesmas. Estamos ensinando coisas erradas. E preciso ser forte para
dizer que, se a cultura não serve, não interessa ficar com ela. E melhor criar
a sua própria. A maioria das pessoas não consegue fazer isso. São mais
infelizes do que eu, mesmo na situação em que estou. Posso estar morrendo, mas
estou cercado de almas amorosas e dedicadas. Quantos podem dizer o mesmo?
Fiquei
impressionado com a completa falta de autocomiseração. Este Morrie que não pode
mais nadar, tomar banho, andar a pé, este Morrie que não pode mais atender à
porta, não pode se enxugar depois do banho, nem mesmo se virar na cama — como
pode ser tão resignado?
Eu
o vi atrapalhado com o garfo, tentando pegar uma fatia de tomate, ela
escapulindo por duas vezes, uma cena patética, e, no entanto, tenho de
reconhecer que a presença dele transmite serenidade....
É
preciso pedir forças a Deus para lutar até o fim, como um guerreiro do Senhor.
O professor Schwartz aprendeu a valorizar as coisas mais simples da vida e, com
isso, viveu com qualidade nos momentos mais sombrios. Ele não desistiu de ser
feliz!
c)
Perda da motivação vital
Por
qual razão perde-se o sentido de viver? Isso pode acontecer por muitas causas,
entretanto, o desapontamento com as circunstâncias da vida, no aspecto mais
amplo, pode ser a chave do problema. Sonhos que são frustrados, anelos que se
esvaem...
Sobre
isso, Les Parrott afirmou:
Nunca
estamos felizes ou satisfeitos, até pararmos de avaliar nossas realizações na
vida real em contraste com o sonho de qualquer coisa que imaginamos que nos
faria felizes. Daniel Levinson chama isso de “tirania do sonho”. Cada um de nós
desenvolveu esse sonho quando éramos jovens. Talvez ele foi plantado por pais,
ou professores, ou talvez tenha surgido de nossa própria imaginação. O sonho
era ser realmente especial um dia. Sonhamos que nosso trabalho seria
reconhecido, nosso casamento seria perfeito e nossos filhos seriam exemplares.
Podemos
ter ousado sonhar que seríamos famosos e influentes. E se tivermos sido
atingidos por um choque maior — um diagnóstico de câncer, por exemplo — nosso
sonho é adiado enquanto esperamos pela cura. Mas seja o que for que estejamos
sonhando, mantemos a esperança de que um dia o sonho se realizará e o conto de
fadas estará completo. Todavia, como Anaís Nin nos lembra: “Estamos
envenenados
por contos de fadas. Eles não se tornam realidade. O sonho nunca pode nos fazer
felizes. Mesmo se alcançarmos o sucesso que imaginamos é provável que nos
sintamos vazios. Por quê? Porque nossa maior esperança não é por fama,
conforto, riqueza ou poder.
Essas
esperanças são rasas. Nossa maior esperança é mais profunda.
Saibamos
disso ou não, nossa maior esperança é por sentido”.
A
perda da motivação de viver, por falta de sentido, corroborada por decepções
com os desfazimentos dos sonhos estabelecidos, precisa ser combatida. Deus
restaurou a vida do profeta Elias (1 Rs 19.4-7), que estava em desânimo
profundo. Aquele homem de fé se apequenou, e não tinha mais em suas emoções o
brilho da existência. Não conseguia encontrar razão, inclusive, para ser usado
por Deus, o qual, acreditava ele, também lhe decepcionara, conforme suas
próprias palavras: “Eu tenho sido muito zeloso pelo Senhor... e eu fiquei
só...” (1 Rs 19.10,14).
Com
essas palavras, ele estava dizendo: O Senhor não levou em conta minha
fidelidade e abandonou-me.
Tratamento
medicamentoso
No
tratamento de doenças da alma há posicionamento majoritário que, em regra, deve
ser evitado o uso de remédios psiquiátricos. Entretanto, o Dr. Paul Eskin, PhD,
recomenda, na obra aqui referida, “que além dos recursos da ciência médica, o
paciente busque também uma orientação religiosa, tanto de forma isolada, por
meio de leitura sistemática da Bíblia e meditação pela fé, como por meio de uma
igreja na qual confie”.7 Assim, o uso de remédios é importante, mas a confiança
deve ser posta em Deus. Lembremo-nos do que aconteceu com o rei
Asa,
o qual morreu porque não buscou ao Senhor, mas confiou nos médicos (2 Cr 16J2).
Sendo
a hipótese, porém, da depressão ser motivada primordialmente pela deficiência
de substância química no corpo e, por soberania divina ou inapetência humana
(há pessoas que não querem ser curadas), não aconteça o milagre, não há
problema em tomar medicamentos psiquiátricos; afinal, Jesus ratificou que os
doentes precisam de médico (Lc 5.31).
O
grande problema é que alguns desses psicotrópicos podem causar dependência,
razão pela qual a substância só deve ser administrada em último caso e com o
acompanhamento contínuo de um profissional da saúde. E preciso ter muita
cautela para o remédio não se transformar na causa ou na potencialização da
depressão.
II.
A Psicoterapia de Deus
Fortalecimento
do corpo
As
consequências da depressão são diversas, e oscilam de acordo com cada
indivíduo, porém a perda do apetite, o que leva ao enfraquecimento, e a vontade
de dormir continuamente, são bastante frequentes, e aconteceram nesse caso. O
grande problema é quando a pessoa decide, realmente, abandonar a si mesma.
Quando ela faz questão de não seguir adiante. Está escrito que, se no dia da
angústia a pessoa se demonstrar frouxa, a força dela será pequena (Pv 24.10). O
sofrimento, sem dúvida, é um traço da vida debaixo do sol, mas o indivíduo não
pode se entregar à dor e aos traumas emocionais. Ele precisa reagir.
C.S.
Lewis captou isso magistralmente:
O
Inimigo [neste caso, Deus já deixou bem claro para seus simpatizantes humanos
[os crentes] que o sofrimento é parte essencial do que Ele chama de redenção; assim, uma fé que
foi destruída por uma guerra ou por uma peste não vale todo o nosso esforço
para destruí-la. (...) obviamente, naquele exato momento de horror, de luto ou
dor física você poderá capturar a sua presa, quando ela deixar momentaneamente
de raciocinar. Mas eu descobri que, mesmo nesse instante, se ele buscar refúgio
no Inimigo, quase sempre será atendido.
Afetuosamente,
seu tio, FITAFUSO.
Assim,
é preciso tirar das fraquezas forças. Isso aconteceu com Elias.
No
início do tratamento psicoterápico descrito em 1 Reis 19, o anjo acordou o
profeta e disse: “Levanta-te e come”, por duas vezes (w. 5,7).
Elias
precisava ficar em pé e alimentar-se (não era para comer deitado ou sentado)
para dar início recuperação de suas energias emocionais e físicas
respectivamente. Como o homem é uma unidade psicossomática (espírito, alma e
corpo) com descrito em 1 Tessalonicenses 5.23, tais condutas eram primordiais.
Verbalização
do problema
Sabe-se
que, no processo de cura dos dramas emocionais, a verbalização da dor é de suma
importância, pois é nessa ocasião em que o profissional faz o diagnóstico. O
preclaro Morrie Schwartz, aqui já mencionado, afirmou:
Abra-se,
deixe as lágrimas correrem, sinta a solidão em sua plenitude, e chegará o
momento de se poder dizer: “Muito bem, esse foi o meu momento de solidão, não
tenho medo de me sentir solitário, mas agora vou afastar essa solidão do meu
caminho e reconhecer que existem outras emoções no mundo e que quero
experimentá-las também”.
—
Desapegue-se — repetiu Morrie.
Que
grande exemplo: Desapegar-se! Abrir o coração e deixar fluir toda a dor e,
depois, seguir no rumo certo. A experiência acima descrita apresenta-se
importantíssima no processo de cura, e foi exatamente isso que Deus promoveu em
Elias. O Senhor perguntou: “Que fazes aqui, Elias” (1 Rs 19.9, 13), quando ele
expressou toda sua indignação (1 Rs 19.14), inclusive, nas entrelinhas,
questionando a Deus. Aquele momento era uma parte necessária do processo
psicoterapêutico para a cura daquele trauma emocional. Deus já sabia o
diagnóstico e estava realizando a cura interior do seu servo, para que se
cumprisse que “o justo é libertado de sua angústia” (Pv 11.8).
Vida
com propósito
Ter
um propósito na vida é indispensável para se viver; foi isso que Deus fez com o
profeta Elias. No fim na “sessão”, o Senhor ressignificou o ministério
profético de Elias: “Vai e volta pelo tu caminho... vem e unge...” (1 Rs
19.15-18). Deus lhe outorgou uma nova missão, para que ele recuperasse sua
motivação vital e se sentisse restituído moralmente. Deu certo. A Bíblia
mostra, a partir de então, inúmeros eventos extraordinários dos quais Elias foi
o protagonista, porque está
escrito
que “o coração com saúde é a vida da carne” (Pv 14.30). Uma vida com propósitos
é essencial para a depressão ser debelada. Observe-se que Deus tratou Elias
fazendo-o indispensável na vida de pessoas. Esse é um grande segredo que
garante saúde emocional (Gn 45.15).
III.
Vacina Contra a Depressão
Conhecer
a Deus
A
morte de Jesus trouxe, para todos os discípulos, um grande vazio.
Foi
o fim de um sonho de liberdade e de amor. A sexta-feira de dor foi absorvida
pelo sábado da desilusão. Quanta saudade... Não houve repouso naquele sábado,
somente desânimo e medo.
As
narrativas bíblicas sobre o estado emocional dos discípulos, no dia seguinte à
morte de Jesus, são estarrecedoras. Marcos diz que os discípulos “estavam
tristes e chorando” (Mc 16.10). Lucas deixa claro eles ficaram desiludidos (Lc
24.11, 21) e João fala sobre o medo dos discípulos (Jo 20.19). O sábado seria o
pior dia, pois o sangue esfriara, a poeira baixara. Aquilo era real. Eles não
veriam mais a Jesus.
Na
existência, as pessoas que conhecem a Deus habitualmente se deparam com
“sábados de desânimo”. São instantes em que “cai a ficha”. Desembaça-se o
vidro, esclarece-se as ideias, enxerga-se a vida como, aparentemente, ela é:
sem esperança. Nesses “sábados”, só tem significado, aquilo que é tangível. As
promessas de Deus desaparecem das expectativas pessoais. Foi isso que aconteceu
com os discípulos. Eles estavam em estado de choque. E Deus náo disse nada, nem
enviou um anjo. Não naquele sábado. Essa é a parte mais complicada.
As
densas sombras daquele sábado nunca seriam esquecidas. Nem deviam. Os homens
precisavam delas, para saber que haveria dias de tristeza e de solidão. Dias em
que a voz mais alta é do silêncio de Deus. Dias sem consolo. Dias de medo.
Momentos que parecerão eternos. E o serão... pelos ensinamentos deixados, para
aqueles que conhecem a Deus.
O
sábado dos discípulos foi um dia mau. Que começou e terminou mau. Mas o domingo
da ressurreição estava próximo. Jesus ressurgiria da morte para a vida. O sol
brilharia como nunca antes bem ali, logo no dia seguinte. Os mais caros ideais
dos discípulos estariam mais garantidos do que nunca, por isso eles não tinham
razão para estar tristes ou chorando. Nós também não temos motivos em nossos
“sábados”.
Conhecer
a Deus, sempre, faz toda a diferença.
Manter
o foco na Palavra
A
Palavra de Deus é uma arma de ataque e de defesa da fé. Manter os olhos postos
nela fará uma enorme diferença na vida do cristão. E isso porque, conforme
Hebreus 4.12, ela penetra no íntimo da alma, descortinando tudo o que se
encontra escondido e de difícil acesso.
A
Palavra de Deus encoraja, consola, aponta o caminho. Assim, contra a depressão,
a verdade das Escrituras constitui-se numa poderosa vacina. Se o cristão
mantiver o foco na Palavra, meditando nela continuamente (SI 1.1,2), seus
pensamentos serão bons e positivos (F1 4.8), as tristezas prolongadas, os
complexos de inferioridade e os sentimentos de culpa, terão dificuldade em
triunfar, haja vista que a mente redimida normalmente reage de maneira
tranquila e coerente aos dramas emocionais (Gn 45.7,8; Jó 1.20-22).
Viver
em comunhão fraternal
A
depressão possui dificuldade em ganhar espaço na alma humana, quando o amor
verdadeiro está bem arraigado. As conexões entre as pessoas — a que a teologia
denomina de comunhão (gr. koinonia) — faz emergir um grande poder —, o poder do
amor.
Barnabé,
o filho da consolação, entendia muito bem isso. Ele agia de maneira parecida
com a ação do Espírito Santo. Ele congregava as pessoas e as fazia andar juntas.
Que belo exemplo! A importância do amor fraternal (amizade) é tão grande que a
Bíblia diz que, quando os cristãos forem perfeitos em amor, as coisas serão bem
melhores... e diferentes (Jo 13.35; 17.21; 1 Jo 4.18)... Isso pode significar a
distinção entre a tristeza e a alegria, a solidão e o riso, a depressão e a
vitalidade.
O
Maligno quer separar e trazer animosidade às pessoas que vivem
“próximas”,
para enfraquecê-las e assim destruí-las. C. S. Lewis abordou isso de forma
perspicaz:
O
melhor a fazer é voltar a animosidade para os semelhantes mais próximos,
aqueles que ele encontra todos os dias, e voltar a benevolência para um círculo
mais distante, para as pessoas que ele não conhece. Desse modo, a animosidade
torna-se completamente real e a benevolência, em grande medida, imaginária.
Conheço
pessoas que oram e clamam pela igreja perseguida em países muçulmanos e
socialistas, e até contribuem, porém nada fazem em relação àqueles que passam
necessidades em seu bairro. São indiferentes às causas da igreja local... Pode
até nem parecer, mas essas pessoas caíram na armadilha do Inimigo.
Um
dos antídotos para a depressão é fazer parte de uma comunidade terapêutica
espiritual —normalmente uma igreja.
E
a bondade com o próximo (não aquela quase “imaginária” com os distantes e
inalcançáveis), no dia a dia, que trará saúde espiritual, emocional e física.
Extraído do livro:
TEMPO PARA
TODAS
AS COISAS
Aproveitando
as Oportunidades que Deus nos dá .
REYNALDO ODILO.
ISBN: 978-85-263-1464-1
Nenhum comentário:
Postar um comentário