“SUBSIDIO TEOLÓGICO” JOVENS LIÇÃO 7- A Ansiedade pela Vida

(Mt 6.19-34)
Alonga seção que trata da nova justiça (Mt 6.19—7.12)
possui algumas características peculiares que são imprescindíveis para se interpretá-la. A primeira delas já foi mais de uma vez destacada e, nas palavras de Ralph Earle, trata-se de uma “característica extraordinária deste Evangelho (além de seu judaísmo) [que] é o seu arranjo sistemático”.1 Apenas à luz do conhecimento dessa peculiaridade é que se pode entender as “diferenças” entre o Sermão do Monte de Mateus e o Sermão da Planície de Lucas. Assim, a maior parte dos ensinamentos dessa seção, conforme pode ser visto no quadro interlinear disponível na introdução, encontra-se em Lucas, mas em capítulos diferentes de onde está o Sermão da Planície (Lc 6.20a—7.1), ou simplesmente inexistem. Portanto, em Mateus, esta “terceira parte do ensinamento sobre a montanha’ contém uma série de seções completas em si mesmas, de conteúdo diferenciado” que, diz Franz Zeilinger, “estão ligadas entre si mediante algumas características formais”:


Assim, em primeiro lugar, seguem-se quatro unidades textuais introduzidas pela negação “não” (mé), que funcionam, portanto, como proibições. Existem essas três máximas (6,19-24): a do chamado “evangelho das preocupações” (6,25-34), a da proibição de julgar (7,1- 5) e a da breve interdição do sagrado (7,6). Às quatro proibições, seguem-se os dois desafios, formulados positivamente — à oração de petição confiante (7,7-11) e ao amor ao próximo sob a forma da “regra de ouro”(7,12), a qual conclui também toda a parte do discurso.
Mas sua sequência, pelo que respeita ao conteúdo, parece, à primeira vista, sem verdadeiro nexo, e funciona como uma coleção de citações não elaboradas que permite ao evangelista trazer à memória dos leitores diversas regras de comportamento, ou ainda, parece acomodar simplesjnente uma série desordenada de “suplementos” antes da conclusão do discurso.2 Contudo, visto que Mateus, até agora, compôs cuidadosamente cada parte do “ensinamento da montanha”, é difícil julgá-lo capaz de tal procedimento.3


Zeilinger acredita que a linha de interpretação que melhor esclarece o arranjo sistemático dessa seção do Sermão do Monte, apresentada por Günther Bornkamm, em 1978, é que a melhor esclarece, em termos de arranjo e conteúdo, tais ensinamentos. Bornkamm, autor também citado neste livro, de acordo com Zeilinger, relacionou essa seção da justiça do Reino com o Pai-Nosso que, para ambos os autores, além de “exemplo da oração correta, o Pai-nosso constitui simplesmente também o centro do ensinamento sobre a montanha”.4 Assim, no que diz respeito a este capítulo, que aborda o que os autores chamam de “a tríade de máximas” (w. 19-24) e “o evangelho das preocupações” (w.25-34), diz Zeilinger seguindo o raciocínio de Bornkamm, enquanto a referida tríade de máximas “esclarecem que as três primeiras petições do Pai-nosso, em conjunto, constituem a norma determinante e a força motriz ‘para o comportamento integral dos discípulos no mundo’”, o chamado “evangelho das preocupações”, diz o mesmo autor, “serve de comentário à petição do pão, mediante o que as preocupações acerca do sustento da vida ficam subordinadas à busca e ao esforço pelo Reino de Deus (cf. 6,33)”.5 Dessa forma, tendo esclarecido essa importante questão estrutural e os objetivos subjacentes a tal entendimento, agora passamos a analisar, sucintamente, as implicações práticas de se seguir a justiça superior.




A Tríade de Máximas
Do ponto de vista “retórico”, diz Zeilinger, a “tríade de máximas” pode ser vista “como uma espécie de katastasis, visto que funcionam como elo de ligação entre duas partes principais do ‘discurso’, na medida em que eles apresentam os pontos individuais da argumentação”. O mesmo autor informa que elas “constituem também, a seguir, as frases temáticas (Propositiones) para a parte seguinte da Tractatio”. Assim, a tríade de máximas, “paralelamente à função de um comentário que aprofunda as ‘petições-tu’6 do Pai-nosso, possuem também uma tarefa condutora”. De que forma? Zeilinger explica que a “tríade suscita a impressão de que (1) o ajuntar tesouros no céu (w. 19-21) só é possível àquele que (2) possui um ‘olho’ claro, singelo e que permite enxergar corretamente (w. 22-23)”, pois, apenas “assim ser-lhe-á claro que ele (3) não pode servir a dois senhores (v. 24)”.7 A conclusão do teólogo é que os versículos 19 a 24 “constituem, portanto, três máximas de tipo geral, sintonizadas umas às outras, mediante o que a terceira sentença (v.24) antecipa, de certa forma, o tema do evangelho das preocupações que se lhe segue, o qual confronta a autossegurança com a confiança em Deus”.8




Tesouro
Os primeiros três versículos trazem à baila uma questão crucial, tanto na antiguidade para os judeus, cuja posse material tinha relação direta com a “bênção de Deus”, e muito mais nos dias de hoje em que se faz apologia desmedida à riqueza como se esta fosse um sinal incontestável de aprovação divina. Marcei Dumais questiona: “será preciso entender o ensinamento destes versículos como um convite a renunciar à posse de bens terrenos ou ao acúmulo desses mesmos bens?”, e responde que a “segunda interpretação parece mais justa”.9 Concordam com essa interpretação Bonhoeffer10 e Zeilinger.11 No que diz respeito à questão de “espiritualizar” o texto, Benedict Viviano observa que tal “ensinamento não deveria ser espiritualizado excessivamente de uma maneira platônica e exclusivamente extramundana”12, isto é, os “tesouros” são bens terrestres, cargos, posições e tudo mais que o ser humano consegue amealhar e acumular aqui. Assim, a contraposição de que o acúmulo de “tesouro no céu” é que deve ser preferido pelo discípulo, se explica pela vontade de o discípulo colimar-se à do Pai, cuja concepção de riqueza é diametralmente oposta da humana (Lc 12.16-21). Uma vez que o coração se apega ao “tesouro”, àquilo que a pessoa mais valoriza, daí a importância de que esse tesouro, daquilo que lhe é mais caro, esteja nas coisas de Deus e seja mesmo o próprio Deus. Em se mantendo tal tesouro, o discípulo nunca perderá a esperança.


Olhos
Como Shelton admite, essa passagem é “uma das declarações mais enigmáticas de Jesus, pois como é que trevas podem ser luz?”.13 Apesar de alinhar-me a Dumais na verdade de que o “exame deste texto difícil nos permite tomar consciência, uma vez mais, da riqueza da linguagem metafórica usada no SM”, e que, como diz o mesmo autor, tais “expressões figuradas [...] são evocadoras e portadoras de certa pluralidade de sentido”, significando que “Reduzi-las a um único significado possível, seria empobrecê-las”,14 a linha de Bornkamm, apresentada por Zeilinger, parece ser a mais coerente:


Com efeito, os dois “exemplos-casos” falam de um olho que ou é “puro” (haploüs) ou é “mau” (ponerós) e, portanto, torna o corpo luminoso (foteinón) ou tenebroso (skoteinón). O adjetivo “haploüs” (puro) é empregado no judaísmo helenista frequentemente no sentido de “íntegro, sem inveja, franco, obediente, perfeito”. Ponerós significa, pois, ao contrário disso, não o fisicamente mal, mas o olho “mau”. Portanto, ambos os adjetivos devem ser compreendidos em sentido metafórico. Ademais, visto que a palavra grega soma não designa apenas o corpo, mas toda a pessoa humana (cf. 5,29-30) e a forma de existência, o olho é aquele órgão que, através da forma pela qual ele olha, torna-se a fonte de luz que revela toda a pessoa em seu modo específico como um ser “luminoso” ou “tenebroso”. Tal como alguém vê, ou seja, acolhe em si, conscientemente, o mundo exterior e a ele reage, decide-se nele e o deixa repercutir em seu ser. De acordo com a forma do ver, o olho traz luz ou trevas para dentro do ser corporal humano, de modo que ele “ilumina” e se torna “luminoso”.
Resulta um jogo de permuta: conforme se dá a percepção, a pessoa é por ela marcada, e de acordo com essa impressão ela perceberá e avaliará o mundo exterior!15


O ponto decisivo é a transformação da pessoa pela mensagem do Evangelho. Sob nova perspectiva, a da justiça divina, diga-se de passagem, todas as coisas são vistas de forma distinta e mais limpa possível. Quando isso não acontece, conforme o texto de Mateus 20.15 deixa entrever, o olho se torna “mau” porque não suporta ver a bondade no Pai. Nesse caso, parece estar aqui a resposta à pergunta de Shelton feita no início deste ponto. A luz, lâmpada ou candeia do corpo, que são os olhos, transforma-se em “trevas” diante do bem realizado pelo Pai às pessoas que o observador julga, ou reputa, como indignas.


Senhor
O último texto da tríade de máximas é elucidador. A despeito de uma pretensa autonomia, o ser humano é, desde sempre, heterônomo e, ainda que inconscientemente, serve a “alguém” ou a “algo”. Essa máxima relaciona-se com o início dessa seção e demonstra a clara necessidade de o discípulo confiar plenamente no Pai e em seu Reino. De acordo com Dumais, o “termo mamônas não aparece no A.T. e só figura aqui e em Lc 16,9.11, no N.T.”, não obstante, continua ele, a expressão é “frequente sua utilização na literatura rabínica, para personificar o dinheiro, as posses terrenas”.16 No entanto, conforme instrui Zeilinger:
Certamente, seria demasiado simplista se, por Mamon, alguém subentendesse apenas dinheiro e capitalismo. Mamon é “possuir” [orig. alemão Be-sitz, do latim possideo, de potis ou pote + sedeo]; significa, portanto, o chão sobre o qual alguém “se assenta” ou “de que tomou posse”.
Esse chão pode ser de natureza econômica ou espiritual, profissional ou pessoal. É sabido que um empreendimento econômico só floresce quando se expande. Isso traz como consequência que a vida do empreendedor é determinada pelas leis da economia, quer queira quer não. A eficiência econômica, porém, comanda também o destino das pessoas. Demissão e desemprego são apenas um dos fenômenos dessa legalidade; outro é a investida, geradora de morte, em algumas circunstâncias, contra a natureza, o meio ambiente etc. Surge também, de fato, uma cultura que avalia o ser humano somente segundo o que ele produz, rende e custa.
Tem importância somente sua produtividade, exteriormente pesável e mensurável; sua interioridade não interessa. Numa sociedade pautada coerentemente pelos resultados, nem a idade nem a dignidade humana valem algo, mas somente o princípio: “hic Rhodus, hic salta" [literalmente, “Rodes é aqui; salta (tu) aqui”, no sentido de “mostra aqui do que és capaz”]. Quantas guerras sangrentas não são realizadas exclusivamente por interesses econômicos, utilizando-se o “material humano” existente e aproveitável! Quase sempre se trata da expansão dos próprios confins. Por conseguinte, é questão de arrancar do “lugar” o concorrente, se possível radicalmente, a fim de assentar a si mesmo sobre seu “trono”. Daí, considera-se Mamon também “a coisificação de todas as relações da vida”, quando o que sempre importa saber é o que elas produzem, rendem ou custam. Quem compreende unicamente a si próprio como a norma dos fatos só pode usar o colega, o amigo ou o parceiro como instrumento de sua autorrealização. O instrumento deve, por fim, ser trocado quando não mais satisfaz as exigências da otimização da vida, e quando se delineia uma alternativa melhor. E até mesmo o culto divino pode tornar-se culto a Mamon, quando se transmuda numa empresa religiosa pública ou privada, quem sabe até mesmo entusiasticamente amada. Então, para ela servirão também as normas de uma empresa, dentre as quais o amor não conta, mas sim a lei do resultado (e da rentabilidade), perante a si mesma, perante as pessoas e até mesmo perante Deus! “A sentença radical de Jesus, que contrapõe o culto a Deus e o culto a Mamon, corre (portanto), ela mesma, o perigo de colocar-se a serviço de Mamon, quando não compreendida suficientemente de forma radical e abrangente”.17


Portanto, o que se conclui, é justamente aquilo que Jesus deu como resposta a alguém que o solicitou que intermediasse a divisão da herança entre dois irmãos (Mt 12.13-15). Além de recusar-se a arbitrar a querela, Jesus advertiu a multidão acerca do fato de se ter cautela e fugir da avareza, pois “a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui”. Quando aquilo que é mais importante (o tesouro) é visto sob a perspectiva divina, a justiça maior, a justiça do Reino (olhos bons e sadios), entre as riquezas materiais e o Pai, o discípulo fará a opção pelo último e, por isso mesmo, ora para que o Reino venha e que o pão de cada dia seja dado hoje, sem preocupação alguma com o amanhã.


"O Evangelho das Preocupações"
A última parte dessa grande seção tratada neste capítulo, denominada por Bornkamm, como “o evangelho das preocupações” (w.25-34), demonstra claramente o contexto e a radicalidade do chamado de Jesus para que os judeus se tornassem seus discípulos. Com uma visão completamente materialística do Reino de Deus, por um lado, e uma completamente espiritualística, por outro, longe de uma polarização, o que Cristo quis dizer, na opinião de H. L. Ellison, não é bem expresso com a palavra “cuidadosos”, pois esta pode “dar munição exagerada tanto ao cético quanto ao fanático”. Por isso, acrescenta que a palavra grega “merimnaõ [que] significa ‘estar ansioso; preocupado”’ exprime melhor o significado e “seu uso em Lc 10.41 ilustra sua força”. O mesmo autor é da opinião que os versículos 19 a 24 “mostraram que não pode haver satisfação nem proveito na atitude ‘tanto [...] quanto’, por isso precisamos optar: ou [...] ou”’.18 Isto parece, no entanto, contradizer a ideia de não se polarizar, contudo, no que diz respeito ao “Reino de Deus e sua justiça”, não há como aceitar a ideia de que tanto confio quanto duvido, sirvo a Mamom tanto quanto a Deus, quero acumular tesouros tanto aqui quanto igualmente lá, e meus olhos são tanto bons quanto ruins. O “evangelho das preocupações” leva os discípulos a optar pela confiança na “Boa Notícia” de que o novo tempo tão esperado chegou ou então se apegarem à autoconfiança e assim esperarem em si mesmos. Zeilinger oferece um esboço interessante para interpretar esse texto:


A perícope é frequentemente chamada de “evangelho das preocupações”, visto que ela é marcada pela palavra “preocupar(-se) (merimnân), que aparece diversas vezes.
O imperativo “não vos preocupeis” introduz a perícope (v.25b) e encontra-se novamente, acompanhada pela conjunção “pois” (oün), nos versículos 31a e 34a. A palavra aparece ainda no versículo 28a, na pergunta “por que andais preocupados?”, e assinala o início de uma nova subseção, isto é, uma mudança de imagem. Essas expressões devem ser entendidas como indícios estruturais. De acordo com elas, resultam as três unidades: versículos 25-30, 31-33 e 34. A primeira e mais longa seção (vv.25-30) consiste em uma exortação fundamental (v.25b-f), dois exemplos tirados da natureza (w. 26a-d.28b-29) e as aplicações a eles relacionados sob a forma de conclusões a minori ad maius [“do menor ao maior”] (w. 26e-27.30). A segunda seção (vv.
31-33) é formada pelas mencionadas consequências práticas decorrentes da primeira. Ademais, ela se harmoniza ainda, mediante o verbo “esforçar-se”, (epizetein) no versículo 32a, ou seja, “procurar” (zetein), no versículo 33a. A terceira unidade textual é composta apenas pelo versículo 34 e tira uma segunda consequência da primeira parte.19


A análise desse texto merecia um capítulo com o dobro de tamanho, para se tecer os detalhes necessários. A questão crucial de se podemos ou não planejar, etc., é respondida brilhantemente por C. S. Lewis quando trata do aspecto da imprevisibilidade das orações de petição. O orante não sabe a vontade de Deus, mesmo assim suplica-lhe que o atenda. E isso é feito justamente pelo fato de não se conhecer o futuro, mas como instrui magistralmente o autor de Cristianismo Puro e Simples, “um mundo em que o futuro é desconhecido não se opõe à ação planejada e com propósito, uma vez que planejamos e temos propósitos em tal mundo agora, e o fazemos há milhares de anos”.20 A ideia é clara e já foi expressa “no início do evangelho das preocupações” quando o Senhor instrui “para não cair na preocupação paralisante em torno do que é secundário na vida, mas manter a vida diante dos olhos”.21 Sem vida, o que poderia ser tudo o que se amealhou ou os planos? Orar e planejar não combina com a briga insana e irracional, não pela sobrevivência, mas sim pelo “possuir” (conforme entendimento da palavra psyché para “vida”) — exemplificada nas diversas situações (comida, como símbolo de autossuficiência e não subsistência como as aves; vestuário, como símbolo de status, e não apenas para vestir, conforme os ervas do campo; nem a preocupação com o futuro, como se isso garantisse um controle sobre o amanhã) — e colocadas como coisas que orientam a vida de quem não conhece a Deus e, portanto, não tem como confiar em sua provisão. O versículo 33 dá a resposta necessária ao lembrar os discípulos que sua vida e existência estão para além dessas questões que o Pai celestial sabe muito bem que todos precisam. A busca pelo “Reino de Deus, e sua justiça” dão um novo sentido para a existência e, consequentemente, tais questões são vistas sob nova perspectiva. Lembrando apenas que “justiça”, dikaiosynê, de acordo com a Bíblia de Estudo Palavras-Chave, aqui significa “Em sentido interno, no qual o coração está reto diante de Deus”, isto é, “a justiça, a piedade”.22
Finalmente, como afirma Zeilinger, tais coisas, neste ensino, “se tornam, por assim dizer, a ‘parte simbólica’, à qual a exortação escatológica, que busca simplesmente o Reinado dos Céus como o principal, corresponde, de certa forma, como ‘parte real’”.23 A parte real, duradoura, é o Reino e sua justiça, quanto ao dia, em si mesmo, basta a cada um o seu “mal” que, neste texto, “é provido pelo termo kakía que, na verdade, indica aquilo que é eticamente mal”. Zeilinger acrescenta, porém, que o “dia, juntamente com todo o mal que impregna nosso mundo e nossa vida, constitui, porém, o ‘momento’ decisivo que deve ser, a cada vez, agarrado e utilizado de forma justa”. Em outros termos, o tempo que se possui, deve ser encarado sob a orientação da justiça maior e, por isso, bem aproveitado (Jo 9.4; Hb 3.7,13J. “Por essa razão, também [n]o Pai-nosso”, lembra o mesmo autor, se “pede o pão que nos é adequado para hoje (6,11)!”. E acrescenta que a interpretação de que primeiramente, “trata-se do ‘pão’ que permite sobreviver como cristão, o alimento escatológico, o dom da justiça (dikaiosyne) de Deus, a fim de que a possamos pôr em prática, aqui e agora, dia após dia, ao longo do caminho, até a manhã escatológica do Reinado de Deus!”.24 É sob essa esperança que o discípulo deve encarar cada dia.

EXTRAÍDO DO LIVRO:
O Sermão do Monte
A Justiça sob a Ótica de Jesus
César Moisés Carvalho
I edição 2017

Rio de Janeiro 2017

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