(Subsídio Teológico Lição 4/ 2º Trim 2017) ISAQUE: UM CARÁTER PACÍFICO

ISAQUE: UM CARÁTER PACÍFICO

Já sabemos que o caráter de um homem é demonstrado pelas suas atitudes, pelo seu testemunho, pela suas ações e práticas. Isaque é um personagem da Bíblia que tem grande significado para a história do povo de Israel. Seu nome foi dado por Deus antes mesmo do seu nascimento, conforme mostra Gênesis 17.19. O significado de seu nome é interessante: quer dizer “aquele que ri” ou “ele ri”, em alusão à reação de seu pai e de sua mãe quando o anjo anunciou seu nascimento, sendo os pais já de idade avançadíssima.
A história de Isaque mostra que ele deve ter nascido em Gerar, quando Abraão e Sara, seus pais, estavam extremamente idosos — seu pai, com 100 anos, e sua mãe, com 90 anos. Seu nascimento foi um milagre, algo que jamais poderia ser admitido pelas leis da natureza e da reprodução humana. Depois de certa idade, a mulher entra na menopausa e deixa de ser fértil. No caso de Abraão e Sara, a situação era ainda mais complexa porque Abraão, além da idade, estava totalmente desprovido de condição biológica, orgânica ou genética para procriar, e Sara, sua esposa, era estéril, ou seja, não podia ter filhos. Apesar de tudo, o Deus de Abraão é o Deus da Providência; Ele é onipotente, onisciente e onipresente. Para Ele, nada é impossível, conforme Lucas 1.37.
Contrariando toda lógica, contrariando toda expectativa do ponto de vista humano, Deus cumpriu suas promessas feitas a seus servos anos antes, dizendo que ele — Abraão — seria pai de uma grande nação e que sua esposa seria “mãe das nações”. Passaram-se os anos, mas Deus vela pela sua palavra e cumpriu o que prometera. Numa bela noite ou num belo dia, na tenda de Abraão, ouviu-se um choro forte, indicando que um bebê acabara de nascer, de vir à luz. O pequenino Isaque chorou, anunciando que o Deus de Abraão é um Deus onipotente, um Deus fiel que cumpre as suas promessas.
Esse personagem extraordinário foi o segundo filho de Abraão e o único de Sara. O primeiro filho de Abrão (nome anterior de Abraão) foi Ismael, filho de uma falta de fé e firmeza tanto da parte de Abrão como da de Sarai (nome anterior de Sara), sua esposa, que fez um arranjo que não fora aprovado por Deus. Ela ofereceu a seu marido uma serva, uma jovem que trabalhava na sua casa, chamada Agar. Daquela relação não aprovada por Deus, nasceu Ismael. Quando Isaque nasceu, Ismael deveria estar com mais ou menos 16 ou 17 anos. Deus abençoou Ismael e a sua mãe pelo fato de ser filho do patriarca Abraão.
Durante a sua história, vários episódios ocorreram, mostrando o valor do caráter de Isaque. Quando ele era um jovem, talvez com seus 17 ou 18 anos, Deus ordena a Abraão sacrificar seu filho no monte que ele havería de mostrar. Abraão levou seu filho para sacrifício, colocou-o sobre o altar. Isaque, jovem, mais forte que seu pai, não reagiu, mostrando ser obediente e submisso a Deus e a seu pai. Esse é um dos aspectos marcantes do caráter de Isaque. Deus não permitiu que o rapaz fosse morto e proveu um cordeiro para morrer em seu lugar, numa tipologia de Cristo, que foi sacrificado em nosso lugar. Que o caráter de Isaque nos inspire a servir ao Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó.


I - ISAQUE - O FILHO DA PROMESSA
1. Promessa de Deus a Abrão
Para entender o caráter de Isaque, é importante conhecer a sua história, que moldou sua personalidade e forjou o seu caráter. A história de Isaque ocupa nada mais nada menos que nove capítulos do livro de Gênesis. Foi filho de Abraão e Sara e, pela lógica humana, seu nascimento era absolutamente impossível. Na concepção dos homens, o “filho da promessa” teria nascido “fora de tempo”. Quando Deus chamou Abrão para sair de sua terra e ir para uma terra estranha, fez-lhe promessas gloriosas. Uma delas era que ele seria “uma grande nação” (Gn 12.2). Ele creu em Deus e saiu de Harã com a idade de 75 anos, em companhia de sua mulher, que era estéril, para habitar em Canaã. Por esses dois fatos — Abrão ser idoso, e sua esposa, estéril — já parecia impossível o casal ter um filho, quanto mais serem pais de uma grande nação.
1) Deus vela por suas promessas. Passaram-se dez anos desde que Abrão saíra de Harã. Já com 85 anos, e sua esposa com 75, Deus apareceu novamente a ele e animou-o, dizendo que sua promessa estava de pé. “Depois destas coisas veio a palavra do Senhor a Abrão em visão, dizendo: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão” (Gn 15.1). E o Senhor mandou Abrão contar as estrelas do céu, mostrando que assim seria sua numerosa descendência (v. 5).
2) O abalo na fé do casal. Mesmo sendo chamado de “O pai da fé”, Abrão ouviu a sua esposa quando ela sugeriu que ele tivesse um filho com a serva Agar. Ele poderia ter recusado com base nas promessas de Deus, mas preferiu ceder à falta de fé da esposa. Da união de Abrão com Agar, nasceu Ismael, um filho que, ao invés de ser motivo de alegria, acabou sendo motivo de discórdia e tristeza (Gn 16.1-6). A serva egípcia teve que fugir, mas, por misericórdia, Deus amparou-a e fez promessas a Ismael, por ele ser filho de Abrão (Gn 16.6-12; 21.14-18).
3) A intervenção de Deus na vida dos pais. Quando Abrão tinha 99 anos, Deus mudou o nome de Abrão (“Pai da altura” ou “Pai exaltado”) para Abraão (“Pai de uma multidão”), dizendo que ele seria “pai da multidão de nações” (Gn 17.5). Fato impressionante este! Quando parecia ser o fim da vida de Abrão, Deus mostrou que era Fiel em suas promessas. Na visão dos hebreus, o nome de uma pessoa está associado ao seu caráter. Deus não usaria “um pai exaltado” para cumprir sua vontade, mas, sim, um homem que seria pai de multidões inumeráveis como as estrelas do céu. Na missão dada por Deus a um homem, a esposa está incluída. E Deus mudou o nome de Sarai para Sara (ambos os nomes significam “princesa”1), indicando o papel relevante que ela teria ao lado de Abraão. Deus incluiu-a na promessa a Abraão, dizendo: “Disse Deus mais a Abraão: a Sarai, tua mulher, não chamarás mais pelo nome de Sarai, mas Sara será o seu nome. Porque eu a hei de abençoar e te hei de dar a ti dela um filho; e a abençoarei, e será mãe das nações; reis de povos sairão dela” (Gn 17.15-16).


2. Seu Nascimento - Um Verdadeiro Milagre
Ao anunciar que Sara seria “mãe das nações”, Abraão riu apenas no coração, considerando algo muito difícil um homem de 100 anos ser pai e uma mulher de 90 anos ser mãe! Deus sabia dos pensamentos de Abraão, fazendo-o saber que Ele é Fiel. “E disse Deus: Na verdade, Sara, tua mulher, te dará um filho, e chamarás o seu nome Isaque; e com ele estabelecerei o meu concerto, por concerto perpétuo para a sua semente depois dele” (Gn 17.19). Seu nome significa “riso” ou “aquele que ri”. Sua mãe, ao saber que teria um filho aos 90 anos (Gn 18.9,10), também não se conteve e, a exemplo de Abraão, também ficou rindo no seu interior (Gn 18.12).
Quando Deus indagou por que ela rira diante da promessa, ela negou, dizendo que não havia rido. Mas Deus tudo vê, até mesmo os pensamentos e as intenções do coração. O Senhor repreendeu-lha, dizendo: “Não digas isso, porque te riste” (Gn 18.15). Tal fato mostra-nos que nada está oculto aos olhos de Deus. Ele vê as obras, as ações, as atitudes e também vê os pensamentos. Séculos depois, Davi, extasiado, exclamou: “Senhor, tu me sondaste e me conheces. Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos” (Sl 139.1-3).


II - UM HOMEM ABENÇOADO POR DEUS
1. A Prosperidade Espiritual
Depois da morte de seu pai, já casado com Rebeca e pai de Esaú e Jacó (Gn 25.19-23), Isaque foi buscar abrigo em Gerar, na terra dos filisteus, para escapar da fome que ocorrera onde ele morava. Ali, Deus falou a ele para não descer ao Egito: “Peregrina nesta terra, e serei contigo e te abençoarei; porque a ti e à tua semente darei todas estas terras e confirmarei o juramento que tenho jurado a Abraão, teu pai. E multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e darei à tua semente todas estas terras. E em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto Abraão obedeceu à minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis. Assim, habitou Isaque em Gerar” (Gn 26.3-6). A bênção de Abraão foi transferida para Isaque, não pela hereditariedade em si, mas, sim, pela sua fidelidade a Deus. Seu caráter, demonstrado em sua conduta, agradou a Deus, e ele prosperou espiritualmente.


2. A Prosperidade Material
“E semeou Isaque naquela mesma terra e colheu, naquele mesmo ano, cem medidas, porque o Senhor o abençoava” (Gn 26.12). Este é o segredo da vida de Isaque: ele era abençoado por Deus. O Senhor dá bênçãos espirituais e materiais quando o homem obedece à sua voz. A produção dos seus campos deu a ele cem por cento de colheita: “E engrandeceu-se o varão e ia-se engrandecendo, até que se tornou mui grande; e tinha possessão de ovelhas, e possessão de vacas, e muita gente de serviço, de maneira que os filisteus o invejavam” (Gn 26.13,14). E preciso entender que a prosperidade material não é o objetivo da vida cristã, como propalam os adeptos da falsa “teologia da prosperidade”. Pode ser um meio concedido por Deus para atender seus propósitos divinos. E é também resultado da bênção de Deus sobre o crente fiel — que contribui com sua obra dizimando e ofertando que Deus promete abrir “as janelas do céu” e derramar grande abundância, além de repreender “o devorador” e fazer as nações perceberem que seu povo é bem-aventurado (Ml 3.10-12).


III - LIÇÕES DO CARÁTER DE ISAQUE
1. Um Homem Esforçado e Trabalhador
A prosperidade que Deus concedeu a Isaque chamou a atenção dos filisteus. A prosperidade dele não caiu do céu automaticamente. Ele trabalhava diuturnamente para alcançar seus objetivos. Os filisteus, cheios de maldade e inveja, entulharam todos os poços que Abraão tinha cavado (Gn 26.15). Além da inveja maligna que os filisteus tinham de Isaque, eles resolveram agir de modo ilegal e violento: taparam todos os poços que Abraão construíra. A situação de Isaque incomodou tanto que o rei Abimeleque, rei de Gerar, aconselhou Isaque a retirar-se dali (Gn 26.16). A bênção de Deus era tão grande que incomodava os filisteus. Isso também acontece ainda hoje. Há pessoas a quem Deus abençoa e os adversários ficam com inveja, desejando o mal aos servos de Deus. A maldição, porém, não alcança os que são fiéis a Deus. O livro de Números registra que Balaão foi convocado para amaldiçoar os filhos de Israel, mas não conseguiu: “Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa?” (Nm 23.8a). “[...] Deus converteu a maldição em bênção” (Ne 13.2b). A Bíblia diz que “A bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores” (Pv 10.22).


2. O Caráter Pacífico de Isaque
Isaque não fez questão alguma quando sofreu terrível oposição dos invejosos e foi aconselhado a sair do lugar onde prosperara. Ele foi habitar “no vale de Gerar” (Gn 26.17). Honrando o nome e a memória do seu pai, Isaque reabriu os poços que seu pai abrira e que foram tapados pelos filisteus e chamou os poços com os mesmos nomes dados por Abraão (Gn 26.18). Nas escavações, “cavaram, pois, os servos de Isaque naquele vale e acharam ali um poço de águas vivas. E os pastores de Gerar porfiaram com os pastores de Isaque, dizendo: Esta água é nossa. Por isso, chamou o nome daquele poço Eseque, porque contenderam com ele” (Gn 26.19,20). Aquele era Eseque, o “poço da contenda”. Aqueles filisteus eram marcados pelo sentimento da inveja, mas Isaque não contendeu com os pastores. Ele evitou a contenda, a briga e a dissensão e mandou seus servos cavarem outro poço noutro lugar. Os filisteus mais uma vez porfiaram e reivindicaram direitos. E chamou o poço de Sitna, “o poço da inimizade” (Gn 26.21). Que exemplo extraordinário para os muitos pastores que tanto brigam por campos e posições e que escandalizam a igreja e o Nome do Senhor!

3. Um Caráter Resiliente
Isaque, com seu caráter pacífico, sempre evitava a contenda ou a inimizade. Após perder a posse de dois poços, Isaque não desistiu. Mais do que resistente, ele foi resiliente, pois soube enfrentar as oposições sem exasperar-se. Ele soube praticar a longanimidade (Gl 5.22) e continuou mandando abrir poços. “E partiu dali e cavou outro poço; e não porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Reobote e disse: Porque agora nos alargou o Senhor, e crescemos nesta terra” (Gn 26.22, 23). Reobote era o “poço do alargamento” concedido por Deus. Livre da contenda, Isaque “subiu dali a Berseba,” (v. 23). Ali, Isaque e Abimeleque, rei de Gerar, fizeram um juramento de que seriam amistosos um com o outro. Daí, o motivo de Berseba significar “juramento” ou “poço do juramento”.
Em meio a essas experiências, “apareceu-lhe o Senhor naquela mesma noite e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai. Não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente por amor de Abraão, meu servo” (Gn 26.24). Deus é fiel em suas promessas. Mesmo após a morte de Abraão, o Senhor não deixou de cumprir suas promessas, reiterando-as a seu filho Isaque, que, por sua vez, não fraquejava em sua fé em Deus. Mesmo sendo hostilizado e perseguido injustamente, ele continuava na busca de seus objetivos, cavando poços até conseguir o que queria: obter água num lugar para habitar em paz. Seus servos, então, deram a ele a boa notícia de que tinham encontrado água em Seba, que passou a ser chamada de Berseba (Gn 26.32,33).

4 Obediência e Submissão
Certamente, esses são os aspectos mais marcantes do caráter de Isaque. Ele soube honrar seu pai e sua mãe, como manda o Senhor (Ex 20.12). A prova mais eloquente desse caráter foi demonstrada quando, tempos depois, Deus falou com Abraão e ordenou que ele oferecesse o seu filho como sacrifício: “Toma agora o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi” (Gn 22.2). Logo cedo, Abraão chamou Isaque para acompanhá-lo e também oferecer um sacrifício a Deus. Chegando ao local indicado por Deus, Abraão deixou os servos com os animais, chamou Isaque, pôs a lenha sobre ele, tomou o cutelo e a lenha e subiram a montanha.
Com inocência e mansidão, Isaque falou a seu pai, dizendo: “Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim, caminharam ambos juntos” (Gn 22.7,8). Não sabia Isaque que seria ele a vítima posta sobre o altar para ser sacrificada. Ele não entendeu a resposta do pai, até que, depois de pronto o altar, seu pai ordenou que ele subisse sobre a lenha e, depois disso, amarrou-o para ser imolado. O filho de Abraão foi como um tipo de Cristo, que “não abriu a boca” e “como um cordeiro, foi levado ao matadouro” (Is 53.7).
Isaque era um jovem forte, saudável e podería ter subjugado seu velho pai pela força, não aceitando aquela empreitada sem lógica. Podería também ter dito que seu pai fora enganado e, irado, descido a montanha com extrema revolta. Mas Isaque obedeceu. Ele submeteu-se à vontade do pai. Deus não permitiu que Abraão imolasse seu filho e proveu um cordeiro para ser oferecido em seu lugar (Gn 22.11-13). Uma figura de Cristo, oferecido em nosso lugar, como “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Deus não aceita sacrifícios humanos. Em lugar do homem, Deus mandou oferecer cordeiros, bois, aves. Deus aceitou o gesto de Abraão como realizado em termos espirituais. “Pela fé, ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado, sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito. Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar. E daí também, em figura, ele o recobrou” (Hb 11.17-19).
Por não ter saído de seu lugar — do lugar da espera, do lugar da bênção, com humildade, após o episódio de Moriá —, Deus reiterou sua promessa a Abraão. “Então, o Anjo do Senhor bradou a Abraão pela segunda vez desde os céus e disse: Por mim mesmo, jurei, diz o Senhor, porquanto fizeste esta ação e não me negaste o teu filho, o teu único, que deveras te abençoarei e grandissimamente multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e como a areia que está na praia do mar; e a tua semente possuirá a porta dos seus inimigos” (Gn 22.15-17).

5. Isaque também Falhou
Abraão, o pai da fé, teve seu momento de fraqueza. Quando foi morar em Gerar, combinou com Sara para que não dissesse que era sua esposa, mas sua irmã. Por causa disso, o rei Abimeleque mandou buscá-la, pensando em coabitar com ela. Só não houve uma tragédia moral porque Deus apareceu ao rei em sonhos e disse que, se ele tocasse em Sara, estaria morto (Gn 20.3). Anos mais tarde, seguindo o exemplo do pai, Isaque chegou a Gerar e protagonizou história semelhante. Com receio de que os homens do lugar tomassem Rebeca e matassem Isaque, este aconselhou sua esposa a dizer que ela era sua irmã.
Abimeleque, o mesmo rei que quase adulterou com Sara, descobriu que Isaque não falara a verdade quando o viu “brincando com Rebeca, sua mulher” (Gn 26.8). O rei advertiu-o pelo risco que Isaque correra de perder a sua esposa para algum homem do lugar. Como o rei tinha certo temor de Deus, determinou que ninguém tocasse nela (Gn 26.7-11). Isso mostra a cada um de nós que, se o homem de Deus não vigiar e orar, como disse Jesus (Mt 26.41), poderá cair em fraqueza moral com consequências graves. Isso prova que “não há homem que não peque” (2 Cr 6.36; Ec 7.20). De fato, não há homem que nunca tenha falhado, mesmo que seja santo ou salvo. Tal homem pode até não cometer pecado para morte, mas comete falhas, ou “pecado que não é para morte” (1 Jo 5.16,17).

CONCLUSÃO
A história de Isaque revela o seu caráter especial. De um lado, um jovem abençoado, filho de um patriarca; de outro, um homem que também sofreu reveses em sua vida, porém demonstrou a sua grandeza de fé e de amor a Deus e a seus pais. Em momentos cruciantes em que Deus permitiu que a sua fé fosse provada, ele demonstrou fortaleza de espírito. No episódio do seu oferecimento em holocausto sobre o Monte Moriá, vemos Isaque sendo, de fato, um jovem submisso e obediente, que tinha profunda honra e respeito a seus pais e a Deus.
A Bíblia mostra o quão importante foi Isaque para a história do povo de Deus. O seu nome está incluído entre os três patriarcas mais citados no Antigo e também no Novo Testamento. O Deus de Israel é o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Que Deus nos abençoe e que possamos ver no caráter de Isaque exemplos positivos para o fortalecimento da nossa fé no Deus Todo-poderoso, que pode fazer todas as coisas e também cumprir suas promessas. Amém.




Fonte :

Livro o Caráterdo Cristão
Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro

Elinaldo Renovato de Lima


Nenhum comentário: