A importância dos limites

“ Adonias não foi preparado para receber nãos”

  A nossa reflexão desse mês tem como ponto de partida a expressão bíblica, contida no IRs1.6:
“E nunca seu pai o tinha contrariado, dizendo: Porque fizeste assim.”
Davi possuía um “currículo” brilhante. Ele era o homem segundo o coração de Deus, um prestigiado monarca, um excelente músico e um guerreiro valente e vitorioso. Entretanto, uma coisa pesava contra ele, a saber: o seu papel familiar.
Nem de longe podemos dizer que o filho de Jesse 'foi um bom marido ou um pai exemplar. O texto acima Atesta bem isso. Davi nunca contrariou o seu filho e nunca o questionou quando de seus desvios de conduta e caráter.  O resultado  de tal omissão foi a geração de um menino rebelde, egoísta e transgressor atal  ponto de se levantar contra o próprio pai, atentando contra o seu reinado: “Então, Adonias, filho de Hagite, se levantou, dizendo:
Eu reinarei” (1Rs1.5).  O resultado da criação sem limites de Adonias foi trágico.

     Adonias não foi preparado Para receber nãos, e todas as vezes que se deparava com situações que exigiam limites morais, simplesmente os ignorava e, de maneira arrogante, rompia com todos eles, esquecendo-se das terríveis Consequências que lhe sobreviriam.  É bom lembrar que uma das primeiras recomendações divinas para O homem foi de caráter restritivo, o estabelecimento de um limite moral: “...mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás” (Gn2.17).  O Senhor fez uma demarcação na moralidade humana e, caso ela fosse desrespeitada, a sanção seria irremediável: e morreras” (Gn2.17b). Quando  Adão e Eva transgrediram, o Senhor confrontou firmemente o erro do casal: “comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses? Porque fizeste isso ?” (Gn3.11,15). Deus não hesitou um momento se quer antes de aplicar-lhes a punição correspondente a seus atos(Gn3.14- 19). O Senhor fez com o casal exatamente o que Davi não fez com Adonias: Questionou, contrariou e disciplinou.

     A luz da Bíblia, todas as vezes que uma pessoa ou um povo desprezou os limites morais estabelecidos por Deus, sofreu enormes prejuízos. Sodoma e Gomorra foram destruídas Pelo fogo do juízo divino, uma vez que a libertinagem permeava o estilo de vida de seus habitantes (Gn1924,25); na Lei de Moisés havia inúmeras punições aos transgressores e, nos casos mais graves, pagava-se com a própria vida, pois era necessário que todos soubessem que havia coisas que eles não podiam fazer(Ex21.29; 22.19;Lv24.16); Sansão, por violar os limites de Deus e de seus pais, estragou aquela que tinha tudo para ser uma das mais brilhantes carreiras espirituais do Antigo Testamento, tornando-se espetáculo aos seus inimigos(Jz16.23-25); Amnom, por ignorar o “não” de sua consciência, praticou uma abominação, o que desencadeou uma tragédia familiar(IISm13); o próprio Davi foi além do permitido, e colheu uma tempestade que atingiu todas as áreas de sua vida(IlSm11,12).

     O preço cobrado pela transgressão é sempre muito maior do que aquele que o transgressor pode pagar.
A colheita é sempre maior do que a semeadura. Por alguns instantes de transgressão, padece-se por toda a vida. Por alguns momentos de violação de limites, destrói-se a edificação de toda uma vida. Não podemos nos deixar persuadir pelo discurso maligno e destrutivo que assevera ser proibido proibir, que não devemos reprimir nenhum de nossos desejos, que não podem os aceitar o “não” como resposta, que devemos nos levantar contra todo e qualquer tipo de autoridade que ouse nos contrariar ou nos questionar. Sigamos o exemplo de José que, ao dizer não, foi grandemente honrado por Deus, tornando-se o governador do Egito e um crente de uma profunda intimidade  com o Senhor(Gn39.7-10;41.40).
Numa sociedade que não aceita limites, limitemo-nos ao que é permitido e Deus nos abençoará.

Autor: Ailton José Alves
Pastor Presidente da IEADPE


Por : Almir Batista 

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