Confirmação: a Base do Novo Nascimento

(Jo 3.11-15)
Duas perguntas devem ter naturalmente ocorrido a Nicodemos: Como Jesus sabe destas coisas? O que Ele faz para levar as pessoas a experimentarem o novo nascimento?

1. A experiência espiritual de Cristo. “Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos; e não aceitais o nosso testemunho” (o plural “nós” talvez indique a presença de alguns discípulos). Jesus, concebido mediante o Espírito Santo, batizado no Espírito, cheio do poder do Espírito, continuamente movido pelo Espírito, podia falar com autoridade cm matéria de Espírito. Que pena que tantos que professam ser seus seguidores tenham dogmatizado o assunto sem desfrutar das operações do Espírito cm seu íntimo!
“Se vos falei de coisas terrestres, c não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?” Jesus explica a Nicodemos que, se ele se preocupa apenas com a forma e a matéria do novo nascimento, só poderia conversar sobre coisas terrestres porque, embora o nascimento espiritual venha de cima, ocorre na terra e faz parte dos fatos da vida. A explicação do “como” deste assunto tem a ver com os eternos propósitos de Deus (coisas celestiais), e Nicodemos não está pronto para tais ensinos, porque ainda não aceitou o fato da necessidade do novo nascimento (coisas terrenas).
2. A origem celestial de Cristo. “Ora ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu”. Cristo tinha estado no Céu antes de sua missão na terra, podendo, portanto, falar acerca de coisas celestiais a partir de uma experiência pessoal.
Embora “o Filho do homem, que está no céu”, estivesse na terra, seu lar real sempre foi o Céu, e são celestiais sua origem e natureza.
3. A obra expiatória de Cristo. Jesus já tratara de um erro fundamental de Nicodemos c dos seus companheiros: imaginavam que, pela sua conexão natural com o o povo escolhido, teriam de se filiar ao Reino de Deus; o Senhor Jesus, no entanto, declarou que devem entrar no Reino mediante o novo nascimento. Agora dissipa o segundo erro:

Nicodemos acreditava que o Messias, na sua vinda, seria “levantado” ou exaltado num trono, para salvar Israel da total derrota política. Jesus, no entanto, ensinou que, em primeiro lugar, o Messias teria que ser levantado de modo bem diferente: “E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” O Messias teria de ser levantado numa cruz para salvar a nação do perecimento espiritual.
Qual a conexão entre a crucificação do Filho do homem e a regeneração dos filhos dos homens? Quando Deus criou o homem e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, transmitiu a este não somente a vida mental e física, como também o Espírito Santo. Adão foi criado perfeito, e certamente deve Ler recebido o Espírito Santo, pois sem ele a personalidade humana é incompleta diante de Deus. Quando pecaram nossos primeiros pais, iniciou-se a morte espiritual e deixou de habitar neles o Espírito Santo. Quando, portanto, veio o Redentor, sua missão era restaurar ã humanidade a presença do Espírito. “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro. Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito” (G1 3.13,14). Cristo morreu na cruz a fim de remover o obstáculo que não permitia que a vida humana recebesse a presença de Deus. Este obstáculo era o pecado.


Fonte:
Pearlman, Myer
João, o Evangelho do Filho de Deus.../

Myer Pearlman - l.ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1995.

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