VII - Ensinamentos Práticos



1. A maior necessidade do homem. Sacrifícios, altares c templos em todas as terras e época testificam esta verdade: os homens sempre sentiram o falo de as coisas andarem erradas no seu relacionamento com o poder superior, e que a apresentação de um sacrifício com derramamento de sangue é necessária para retificar a situação. Cada pessoa que honestamente examinar o seu próprio coração sentir-se-á constrangida a dizer “Amém!” à declaração bíblica: “Pois todos pecaram c destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). Muitos remédios têm sido oferecidos para curar a falta de harmonia que há na alma humana; João Batista, porém, apontou o remédio divino: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”


2. Uma pergunta perscrutadora. “Que buscais?” Esta pergunta sugere duas lições. 1) A necessidade de termos nítida consciência de qual é o nosso objetivo na vida. Muitas pessoas são levadas à deriva pela vida, impulsionadas pelas circunstancias; sabem quais as suas necessidades imediatas; não podem, porém, apontar um objetivo supremo para atingir, nem mencionar um grande propósito que controle a sua vida. Jesus, para despertar nas pessoas o reconhecimento de quão fútil é a vida que vão levam, pergunta-lhes: “Que buscais?” 2) A pergunta desafia as pessoas a se tornarem discípulos sérios. Marcos Dods escreve:
“Cristo deseja ser seguido com toda a seriedade. Tantos o seguem porque uma multidão está indo atrás dele, levando outras pessoas consigo; tantos o seguem porque está na moda, sem possuírem opinião própria; muitos o seguem como por experiência, c vão ficando para trás quando surge a primeira dificuldade; muitos seguem com idéias errôneas quanto àquilo que esperam da parte dEle... Cristo não manda ninguém embora simplesmente pela sua lentidão em entender quem é Ele e o que Ele tem feito pelos pecadores. Com esta pergunta, no entanto, nos faz entender que aquela atração vaga c misteriosa que, qual ímã escondido, atrai a ele as pessoas, deve ser trocada por uma compreensão nítida quanto ao que nós mesmos esperamos receber dEle  para suprir as nossas necessidades. Ele não rejeitará pessoa alguma que responda, com sinceridade; “Buscamos a Deus, buscamos a santidade, buscamos serviço contigo, buscamos a ti."
J. “Vinde, e vede”. É um desafio aos que duvidam e questionam. Certo cristão aceitou o desafio de um não-crente para debater com ele em público. Depois do discurso do não-crente, o cristão, sem falar uma palavra, tirou uma laranja do bolso, descascou-a, comeu-a e depois perguntou: “Bem, como estava a laranja?” “Como vou saber?”,
retrucou o não-crente. “Nem sequer provei dela”. Respondeu o crente: “Como o senhor pode conhecer o Cristianismo quando não o experimentou?”
Um interessado pode ouvir e ler acerca de Cristo; o melhor caminho, no entanto, é chegar diretamente a Ele para experimentar seu poder. Para se explicar aos índios da floresta tropical o que c o gelo, mais Valeria um pedaço para examinarem do que uma hora de preleções sobre  o assunto.
4. Testemunho de Cristo. O testemunho de André sugere três lições: 1) “Este achou primeiro a seu irmão”. Quanto mais estreitos os laços de parentesco entre quem testemunha e quem ouve, mais enfático será o testemunho. Há mais força de convicção entre os que se conhecem intimamente do que na mensagem falada cm público. Quando alguém encontra Cristo de forma tão real que sua alegria é tão óbvia como quando encontra um excelente emprego ou vaga universitária, seu testemunho não deixará de convencer aos que o conhecem. 2) O testemunho pessoal é prova da convicção pessoal; quando alguém tem profunda convicção, não pode ficar tranquilo até compartilhá-la com outra pessoa. 3) O testemunho pessoal faz parte do plano de Deus para a evangelização do mundo. No século que se seguiu à era apostólica, não houve notícia de “grandes” evangelistas c missionários; não há registro de campanhas evangelística abrangendo cidades inteiras. A Igreja, no entanto, cresceu com ritmo veloz. A explicação é que cada cristão considerou ser dever e privilégio testemunhar de Cristo. O escravo testemunhava perante seu dono; o operário, ao seu companheiro; o vendedor, aos seus fregueses; o filho, aos pais. Os pastores, evangelistas c missionários se destacam na liderança da obra de ganhar almas para Cristo, mas não podem ficar sem a colaboração dos membros das suas congregações.