VI - Uma Recepção Graciosa (Jo 1.42)



“E, olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro)." Cefas, em hebraico, quer dizer “pedra" ou “rocha". O que Cristo quis dizer com isto?
I. Na Bíblia, a mudança de nome frequentemente significava mudança da natureza da pessoa, da sua situação ou experiência (Gn 32.28). Este encontro com Jesus se constituiu em ponto crítico na vida de Pedro - a hora em que ele passou a ser de Cristo.
Dan Crawlord  conta acerca do valor que os Congoleses dão a nomes:
“O homem que se transforma muda também de nome. Um jovem perto de mim recebeu um aumento salarial, e tomou dinheiro adiantado para comprar um nome. Para ele, o nome era um patrimônio tão valioso como um imóvel, pretendendo-lhe como se fosse seu cachorro ou sua arma. O jovem queria comprá-lo solenemente, à vista. Naturalmente que possuía nome, mas achava seu nome de nascimento por demais infantil: não c verdade que para dado por conjectura, e sem o consentimento dele? Não é verdade que o nome deve ser um legítimo reflexo do caráter da pessoa?... Não c de se estranhar, portanto, que quando você diz ao africano que no céu teremos uma nova natureza, este responde: ‘Devemos, portanto, receber um nome novo”' (ver Ap 2.17).


2. A mudança de nome foi, nesse caso, uma promessa de poder transformador. Talvez Pedro pensasse, consigo mesmo, na presença do Mestre: “Como poderei eu, homem de caráter fraco c instável, ser digno de entrar no reino do Messias?” (cf. Lc 5.7,8). O Senhor, percebendo os temores íntimos de Pedro, queria dizer: “Sei que o homem chamado Simão é conhecidamente impulsivo, impetuoso e instável. Tenha, porém, bom ânimo. Assim como sei quem é você, assim também sei o que você será. Venha a mim assim como você é, c eu o farei uma pedra firme no meu Reino. Como sinal desta promessa, seu nome será Celas.”
O Senhor sempre é o mesmo: recebe-nos em nossa fraqueza, sabendo que poderá nos tornar fortes.
3. O novo nome foi sinal da autoridade de Cristo exercida sobre Pedro, assim como um rei pode alterar o nome de alguém que levou cativo (cf. Dn 1.7). Daquele momento em diante, Pedro ficou pertencendo a Cristo c, com lodo amor, chamava-o de Mestre.