II - A Rejeição do Verbo (Jo 1.5-11)

 Rejeitado como a luz dos homens. “E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.” A luz era derivada do Verbo, e pela capacidade recebida da parte dEle podiam reconhecer o que era útil à sua natureza espiritual. Mesmo assim, fecharam os olhos à Fonte da luz, como o olho doentio que rejeita a luz natural, embora aquela fosse a vida deles. A queda foi um obstáculo, na história da humanidade, ao entendimento da Palavra de Deus, porque envolveu o mundo em trevas morais e espirituais, de tal modo que os homens, criados por Deus, não podiam mais entender as instruções de seu Criador, tendo sido obscurecidas as suas mentes pelo efeito do pecado e da ignorância.

O pensamento básico do trecho é interrompido pelos versículos 6-8, que enfatizam a posição de João Batista como testemunha c refletor da luz, e não como Messias. Alguns dos seus discípulos se apegaram tanto a ele que, a despeito da advertência contida no testemunho que deu de si mesmo em João 3.25-30, teimaram em sustentar ser João Batista o Messias, e, posteriormente, formaram a seita dos mandeus, da qual existem ainda seguidores no Oriente.
Voltando ao pensamento básico: “Estava no mundo, c o mundo foi leito por ele, e o mundo não o conheceu”. Os homens tinham tão pouco entendimento da origem do seu ser, aprenderam tão pouco acerca da razão da sua existência, que não reconheceram seu Criador quando Ele surgiu no meio deles. A civilização romana registrou seu nascimento, lançou-o no cadastro de pessoas físicas para finalidades dc impostos, mas não tomou o mínimo conhecimento dEle como sendo o próprio Deus revelado cm seu meio.


 Rejeitado como Messias de Israel. “Veio para o que era seu, c os seus não o receberam”. Jesus ensinou esta verdade na parábola dos lavradores maus (Mt 21.33- 43). Que tragédia! A nação que aguardava a vinda do Messias, orando ardentemente por este acontecimento, cantando e profetizando acerca da sua vinda, não quis recebê-lo quando chegou! (Cf Is 53.2,3; Lc 19.14; At 7.51,52).