A falsa espiritualidade na adoração

1. Infelizmente, tornaram-se comum em muitos pseudos cultos de adoração as manifestações de falsa espiritualidade. Cristo asseverou que profetizar, expulsar demônios, operar curas e milagres, realizar sinais, prodígios e maravilhas não são garantias de espiritualidade e nem mesmo autenticam a santidade de alguém (Mt 7.22-23).
2. Jesus também ensinou que o exercício dos dons espirituais não assegura a salvação de ninguém. Ao contrário, os dons contaminados pela iniquidade impedem o acesso ao Reino dos céus (Mt 7.21). A iniquidade deve ser conceituada como considerar normal o que é pecado, acostumar-se com o pecado, tolerar a prática do pecado e ter a consciência cauterizada pelo pecado (1Tm 4.2).
3. Quanto aos dons espirituais, o apóstolo Paulo exorta a igreja em Corinto para que não os usem de forma egoísta, e sim com o propósito de edificar o corpo de Cristo (1Co 14.12). Desse modo os dons não são concedidos para a soberba ou vaidade de ordem pessoal, nem para demonstração de suposta superioridade espiritual.
4. Apesar das advertências bíblicas, frequentemente nos deparamos com falsas manifestações em nosso meio. Por vezes, os dons são usados de modo equivocado para autopromoção espiritual de quem os exercita. Outras vezes os dons são usados para encobertar pecados, amordaçar e impedir o desejo de justiça no seio da Igreja. Não raras vezes os dons são utilizados como barganha e fonte de lucro tal qual fizera Balaão (2 Pe 2.15).
5. Os dons espirituais quando usados sem temor e humildade afrontam a santidade de Deus. Imprimem falsa espiritualidade nos cultos e produz uma geração de crentes doentes, capengas, carnais e suscetíveis ao pecado. Paulo lembra que o exercício dos dons espirituais sem o exercício do amor não possui valor algum diante de Deus (1Co 13.1-3).
6. O apóstolo Paulo ensina, ainda, que na adoração cristã pública é indispensável a presença de salmos (louvores), doutrina (ensino e pregação bíblica), revelação, língua e interpretação (manifestação dos dons espirituais). No entanto, enfatiza: “Faça-se tudo para a edificação” (1Co 14.26).
7. Porém, em alguns lugares, os cultos de adoração ao Senhor estão sendo profanados. Profanação significa desrespeito, irreverência ou violação daquilo que é santo ou sagrado. Os louvores não servem para a edificação da Igreja. Diversos louvores são triunfalistas e sequer mencionam o nome de Cristo e servem apenas para autopromoção de quem canta e de euforia e até histerismo coletivo para quem escuta.
8. É notório também que as mensagens deixaram de ser bíblicas e viraram palestras de auto-ajuda. Tais mensagens abandonaram os temas mais caros do cristianismo, tais como, arrependimento, confissão de pecados, santidade, salvação, libertação, arrebatamento da Igreja e a volta de Jesus. Tais temas foram substituídos por ideologias da cultura pós-moderna, entre eles, prosperidade (amor ao dinheiro), hedonismo (prazer como bem supremo), narcisismo (amor por si próprio), relativismo (a verdade mutável), jactância (exaltação da vaidade) e tantos outros.
9. Assim, o culto e a adoração são profanados. Os ouvintes são iludidos e enganados por falsas mensagens que não promovem edificação. Assim, a falsa espiritualidade condena as pessoas a viverem presas ao pecado sem nunca experimentarem a libertação por meio da verdade.
Pense nisso!
 Douglas Roberto de Almeida Baptista
Fonte do arquivo: http://www.cpadnews.com.br/