O temor a Deus e à Sua Palavra

Gosto muito de conversar com minhas irmãs e amigas da igreja, sempre que tenho oportunidade. Falamos dos eventos da igreja, das notícias da semana, da rotina do dia a dia… Mas o que mais me agrada é quando conversamos sobre as coisas de Deus. Sempre me sinto edificada ao ouvir testemunhos, e comentar textos bíblicos, ou a leitura de bons livros cristãos.
Você pode estar pensando: “Mas o que tem isso a ver com o título desta postagem?”
Bem, quero compartilhar algo que me impactou recentemente. Numa dessas conversas, uma das irmãs quis me mostrar um áudio de uma mensagem que lhe enviaram pelo “What’s up”: nela, uma mulher falava que iria meditar na característica do fruto do espírito – a paciência. Passa a ler, então, Gálatas 5.22, e começa a dar uma explicação da leitura feita. Enquanto fala, é interrompida por um filho que começa a atrapalhar aquela gravação. A mulher se irrita e passa a responder com palavrões cada vez que era importunada em sua gravação. Naquele momento, eu me indignei e disse: “Irmã, apague isso! Sei que você não tem culpa, mas não podemos compactuar com as obras da carne e nem sorrir com essa falta de respeito com a Palavra de Deus”.
Quando estava nesta “santa” indignação, o Espírito Santo falou ao meu coração, e lembrou-me o que está escrito em Salmos 50.14,15. Nesses versículos, o salmista retrata a relação do justo e do ímpio com Deus. Quanto ao justo, diz-se: “Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei e tu me glorificarás” (Sl 50.15). No entanto, ao ímpio lhe é dito: “Mas ao ímpio diz Deus: que tens tu que recitar os meus preceitos e que tomar o meu concerto na tua boca, pois aborreces a correção e lanças as minhas palavras para atrás de ti? Quando vês o ladrão, consentes com ele; e tens a tua parte com adúlteros. Soltas a tua boca para o mal, e a tua língua compõe engano” (Sl 50.16-19). Infelizmente muitos cristãos estão incorrendo no risco de serem considerados ímpios, pois têm consentido com essas práticas. Não admito que um cristão use a Palavra de Deus para fazer piadas, gracejos, usando até palavras de baixo calão. Quem faz isso pode-se considerar miserável, pobre, cego e nu (Ap 3.17).
Tiago nos recomenda que a mesma língua que abençoa, não pode amaldiçoar, da mesma forma que de uma mesma fonte não pode deitar água doce e salgada (Tg 3.10-11). O apóstolo Paulo também recomenda que não devemos comunicar com as obras infrutuosas das trevas, mas condená-las (Ef 5.11). Pensando nisso, como estamos nos comportando? Rejeitamos ou abraçamos essa falta de temor com o que é sagrado? Será que não estão profanando o que é santo?
Na verdade, sinto-me muito mal com piadas, contos chulos e gracejos quando estes vêm com conteúdo sagrado. Nosso Deus não pode ser escarnecido, pois Ele é Deus Santo, um juiz justo, um Deus que se ira todos os dias contra os maus e pecadores (Sl 7.11). Vejo pessoas que brincam com línguas estranhas e emprestam seus ouvidos para ouvirem parvoíces; porém, esquecem-se de que Deus está nos céus e que devemos estar atentos às ciladas do inimigo (Ef 6.10-13).
É tempo de pensarmos um pouco sobre esse assunto, pois vivemos dias em que facilmente somos levados às coisas triviais, às futilidades. Temos hoje muitas ferramentas que as estimulam, pois com apenas um clique, podemos compactuar com um comportamento desrespeitoso, impuro e vulgar. É próprio do homem mundano a busca pelo humor fácil, por aquilo que o faça esquecer do seu terrível pecado que o afasta de Deus. Por isso, a indústria do entretenimento cresce a cada dia. Mas se realmente professamos o evangelho das Escrituras e não nos envergonhamos de sermos chamados cristãos, isto é, “seguidores de Cristo” nesse mundo, precisamos marcar a diferença e rechaçar esse viés zombeteiro quanto às coisas espirituais. Temos que redobrar o cuidado com aquilo que ocupa nosso tempo ocioso, com as coisas que nos servem de entretenimento.
Enquanto esteve nessa terra, o nosso amado Jesus alertou: “Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis” (Lc 6.25). Aqui, Jesus condena justamente essas risadas e esse espírito de descontração que o mundo promove. Mas Ele também disse: “Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir” (Lc 6.21). Mais uma vez, essa passagem reveste-se de um sentido totalmente espiritual. Jesus falava de uma tristeza espiritualmente provocada, uma tristeza que a pessoa sente ao ver em si mesma um pecador distante do Deus Criador Santo.
Talvez seja exatamente por não termos uma correta visão da natureza da alegria cristã e por não sentirmos como o pecado nos distancia de Deus é que o evangelicalismo hoje carece de profundidade e compromisso sério daqueles que se dizem crentes.
O nosso Jesus, em Sua natureza humana, era homem de dores e sabia o que era padecer (Is 53.3). Não o vemos em parte alguma dos evangelhos rindo ou contando piadas. Mas O vemos chorando a morte de Lázaro, e sobre a cidade de Jerusalém. Jesus, embora na carne, conhecia profundamente a natureza decaída do homem e do juízo que viria sobre o pecado da humanidade.
Tal como o nosso Mestre, precisamos nos desligar do mundo e adotarmos uma perspectiva espiritual sobre tudo o que nos cerca. Não nos esqueçamos: estamos constantemente diante de Deus. Ele é Santo e terrível, fogo consumidor. Na Nova Aliança, a graça de Deus manifestada em Cristo exige de nós um sério compromisso, ao contrário do que pensam os que querem tornar a graça de Deus em dissolução, pois se os israelitas não escaparam do castigo por não escutarem o que da terra os advertia (Moisés), que se dirá de nós, que somos advertidos pelo próprio Deus (Jesus – o Verbo encarnado)? Portanto, devemos temer a Deus, tendo o cuidado de não tomarmos o nome de Deus em vão, “pois já recebemos um Reino que não pode ser abalado. Sejamos agradecidos e adoremos a Deus de um modo que o agrade, com respeito e temor” (Hb 12.28).
Entretanto, sei que há a geração eleita que se preocupa em agradar em tudo ao seu Senhor. Esta geração leva a vida aqui na terra com seriedade, pois sabe o quanto o pecado é pernicioso. Enquanto trata a vida com responsabilidade, ao mesmo tempo desfruta da verdadeira alegria produzida pelo Espírito de Deus. É feliz e todos observam isso. E, embora padeça lutas, perseguições e várias tentações, usufrui de uma alegria perene, que está firmada na esperança da vida eterna com Cristo (1 Pe 1.8).
Billy Graham, ao discorrer sobre a moralidade, diz: “Exaltamos os vícios e minimizamos as virtudes. Temos jogado fora valores como: gentileza, boas maneiras e a moralidade. Enquanto isso, trazemos práticas como: grosseria, selvageria e vício, além da filosofia do ‘eu quero, eu posso’”.
Então, tenhamos uma postura diferente: não devemos rir quando o ímpio em uma novela, ou em programas humorísticos, ridicularizam o que é sagrado. Tenha cuidado com as mensagens que recebe e seja criterioso com aquilo que compartilha na internet, seja por email, Facebook, What´s up, ou qualquer ferramenta parecida. Quando receber mensagens dessa estirpe, devolva mostrando a quem lhe enviou que você não compactua com tais atitudes. Sugiro que faça a oração de Davi: “Sejam agradáveis as palavras da minha boca, e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, rocha minha e libertador meu!” (Sl 19.14). Ainda diz Paulo: “Quanto ao mais irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fl 4.8). Lembremo-nos de que cada tempo que gastamos junto ao Mestre, satanás tenta, mas não consegue, aproximar-se de nós. Cada vez que nos distanciamos do Mestre, o inimigo tem mais espaço para se achegar a nós. Por isso, use seu termômetro espiritual a cada dia, e observe o grau da temperatura do céu na sua vida. A temperatura estará boa quando a intensidade do seu amor por Ele ultrapassar a tudo e a todos, quando sofrer por Ele ou padecer vergonha no seu círculo de amizade for prazeroso para você.
Meu abraço a todos no coração, e que nossa oração, cada dia, seja: “Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; guarda a porta dos meus lábios” (Sl 141.3).
Tenha uma semana abençoada com Jesus!
FONTE: http://blogs.rbc1.com.br/b/amulhereseusdesafios/o-temor-a-deus-e-a-sua-palavra/

    Judite Alves